Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) de ontem revelam que as exportações de bens em Portugal subiram 10,1% em 2017, face ao ano anterior, o que traduz o crescimento anual mais forte desde 2011.
Mas o crescimento anual das importações foi superior (12,5%), o que aumentou o défice da balança comercial de bens em 2622 milhões de euros. Com as importações a crescerem acima das exportações (pelo segundo ano consecutivo), o défice da balança comercial ficou em 13843 milhões de euros em 2017, o valor mais elevado desde 2011 (16723 milhões de euros).
Uma evolução que ditou a redução da taxa de cobertura (peso das exportações no total das importações) para 79,9%. 2017 é assim o primeiro ano em que a taxa de cobertura se situa abaixo dos 80%.
Com base nas estatísticas do INE, a indústria portuguesa de calçado revelou que fechou 2017 com o oitavo novo máximo histórico nas exportações consecutivo, depois de estas terem subido 2,9%.
Segundo dados “preliminares" da associação do setor (APICCAPS), as vendas cerca de 84 milhões de pares de sapatos para mais de 150 países, nos cinco continentes atingiram os 1979 mil milhões de euros, mais quase 56 milhões do que no ano anterior.
"Desde 2009, as vendas de calçado português no exterior aumentaram mais de 50%. Fruto de uma aposta sem precedentes nos mercados internacionais, Portugal passou a exportar mais 700 milhões de euros, alargando ainda a geografia das exportações a mais de 20 novos destinos", revela a APICCAPS, citada pelo “JdN”.
Também as exportações portuguesas de têxtil e vestuário atingiram em 2017 um "recorde absoluto", aumentando 4% face ao ano anterior e somado 5237 milhões de euros.
Em comunicado, a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) aponta que as exportações de matérias têxteis "estiveram muito mais dinâmicas no último ano", com um aumento de 10%, enquanto as exportações de vestuário subiram 3% e as de têxteis para o lar 1%.
Espanha continuou em 2017 a ser o principal destino do setor, com uma quota de 34% mas, pela primeira vez nos últimos anos, teve queda de 0,6% – menos 10 milhões de euros face a 2016 – para um total de 1772 milhões de euros