O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou numa entrevista ao jornal israelita "Yisrael Hayom" que os tanto os palestinianos como os israelitas não estão prontos para a paz na Palestina, alertando para o facto de os colonatos israelitas "complicam" o processo de paz e que merecem "tacto".
"Vamos ver o que acontece. Por agora, os palestinianos não estão interessados em fazer a paz, simplesmente não estão nessa. Quanto a Israel, e não estou certo, também parece que não está interessada em fazer a paz e, portanto, vamos ter de esperar para ver o que acontece", disse o presidente norte-americano.
Questionado sobre se os colonatos israelitas farão parte das negociações de paz, Trump respondeu: "Vamos falar sobre os colonatos. Estes são algo que complica e sempre complicou o processo de paz, e acho que Israel deve ter muito tacto com os colonatos".
O presidente admitiu ainda que o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel foi um dos principais marcos do primeiro ano de mandato à frente do Estado mais poderoso do mundo. "A capital, terem Jerusalém como vosso grande capital foi um acontecimento muito importante para muitas pessoas. Foi uma promessa muito importante que fiz e que cumpri", disse.
Além dos avisos, Trump também ameaçou os palestinianos com a suspensão de qualquer ajuda internacional proveniente dos Estados Unidos se continuarem a recusar participar nas negociações de paz. No entanto, a ameaça parece não estar a surtir o efeito desejado, com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, a recusar aceitar os Estados Unidos como mediador em futuras negociações em consequência do reconhecimento de Jerusalém como capital israelita.
Em janeiro, as Nações Unidas demonstraram preocupação por os Estados Unidos estarem a reter mais de metade de uma tranche de verbas de apoio a refugiados palestinianos.
A lei internacional e as Nações Unidas consideram os colonatos israelitas que se situam nos territórios adquiridos com a Guerra dos Seis Dias, em 1967, ilegais. Ainda assim, Israel tem avançado com a expansão destas povoações. Neste momento, mais de 600 mil israelitas vivem em 140 colonatos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental.