O presidente sul-africano, Jacob Zuma, anunciou a sua demissão na noite desta quarta-feira num discurso televisivo ao país, evitando assim a vergonha de uma moção parlamentar agendada para quinta-feira que, certamente, terminaria na sua destituição.
Zuma chega ao fim da linha ao fim de nove anos de uma presidência manchada por sucessivos escândalos de corrupção e favorecimento ilícito. Na segunda-feira, o Congresso Nacional Africano, ou ANC, em inglês, exigiu a sua demissão, mas Zuma recusou-se até esta quarta.
"Chego assim à decisão de me demitir como presidente da república com efeito imediato, mesmo discordando com a decisão da liderança da minha organização", disse Zuma ao país, falando dos novos chefes do ANC, que bateram há dois meses uma lista encabeçada pela sua própria mulher.
"Sempre fui um membro disciplinado do ANC", prosseguiu.
Zuma será agora substituído por Cyril Ramaphosa, o seu vice-presidente e desde há dois meses o novo líder do ANC. Várias fontes do partido adiantavam esta quarta-feira que Ramaphosa pode ser empossado antes do fim de semana, abrindo uma nova era do ANC a tempo das eleições do próximo ano.