Guardas prisionais de Lisboa avançam para greve entre 22 e 28 de fevereiro

Jorge Alves garantiu que braço de ferro apenas terminará com demissão do diretor-geral dos Serviços Prisionais

O braço de ferro entre os guardas prisionais e a Direção-Geral dos Serviços Prisionais, liderada por Celso Manata, não dá tréguas. No seguimento dos distúrbios deste fim de semana, guardas prisionais e diretor-geral estão de costas voltadas. 
“Temos uma greve marcada às horas extra para começar a 22 e acabar a 28 de fevereiro no Estabelecimento Prisional de Lisboa”, anunciou Jorge Alves, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, ao i.

A greve não é o única ação de luta ao dispor do Sindicato: também já foi marcada para a próxima sexta-feira uma vigília em frente à sede da direção-geral, em Lisboa. 

Alves avançou também que na próxima semana o sindicato terá uma assembleia-geral com os seus associados para se refletir sobre novas formas de luta. 

Entretanto, a reivindicação parece já estar bem definida: “Exigir que o diretor-geral se demita tendo em conta que não existem condições” para se manter no cargo. 

Para o sindicalista, a postura do diretor-geral tem sido “ingrata” com o corpo da guarda prisional. “Não reconhece o nosso esforço e dedicação nos estabelecimentos prisionais e sempre que pode trata mal os guardas”, acusa Alves. “É preferível o diretor-geral demitir-se e permitir que o governo nomeie outra pessoa que reconheça o trabalho de todos os trabalhadores dos serviços prisionais”, assegura. 

A direção do sindicato foi assertiva quando garantiu que o braço de ferro apenas terminará com a demissão. “Tentámos por várias vezes alertá-lo para os problemas e realidade do sistema prisional, concretamente para o horário laboral”, refere sobre os dois anos de mandato já cumpridos pelo diretor-geral.

O sindicalista considera ainda que o diretor-nacional “não gosta de ouvir um não” e que o “sindicato denuncie aquilo que é a má gestão e falta de organização da direção” dos serviços prisionais. “O seu mandato tem sido marcado por inaugurações e protocolos, mas isso não resolve os problemas da realidade do sistema prisional”.