Israel e Arábia Saudita estão preocupados com a segurança do Médio Oriente devido aos apoios que o Irão e o Hezbollah andam a distribuir na Síria e no Iémen. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, foi à Conferência de Segurança de Munique dizer que Israel está preparado para atacar o Irão “se for necessário”.
“Agiremos, se for necessário, não só contra os representantes do Irão [como o Hezbollah], mas contra o próprio Irão”, garantiu o líder israelita, que mostrou aquilo que disse ser o pedaço de um drone iraniano durante a sua intervenção.
A discursar pela primeira vez na conferência de defesa e segurança – que vai na 54.a edição –, Netanyahu sublinhou que o seu governo não deixará que o Irão aperte “o nó do terror à volta do nosso pescoço”.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita alinhou pelo mesmo diapasão em Munique: “O mundo tem de calcular o preço que o Irão deve pagar pelo seu comportamento agressivo”, afirmou Adel Al Jubeir.
Para o chefe da diplomacia saudita, país envolvido numa guerra com Teerão por interpostos aliados no Iémen, “se o Irão quer deixar de ser criticado, tem de mudar o seu comportamento. Tem de deixar de enviar armas aos houthis [no Iémen] e de enviar terroristas para a Síria”. E acrescentou que o mundo tem de ter posição “mais firme em relação ao apoio do Irão ao terrorismo”.
Al Jubeir foi mais longe, defendendo que é preciso uma mudança de regime no Irão: “Tem de haver uma mudança básica no regime iraniano para que o Irão possa ser tratado como um país normal.”
A posição de Teerão foi transmitida logo em Munique pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, que apelidou a intervenção de Netanyahu de “um circo caricatural que nem sequer merece resposta”.
Zarif preferiu enviar uma mensagem para outro lado, acusando os Estados Unidos de quererem usar a conferência de Munique para reavivar a histeria mundial contra o Irão e de porem em causa o acordo nuclear. Referia-se ao conselheiro nacional de segurança norte-americano, o general H. R. McMaster, que pediu que todos os investimentos e acordos comerciais com o Irão sejam parados por causa das ações dos Guardas da Revolução iranianos.
Em Munique, McMaster sublinhou que “as redes de aliados” de Teerão “estão a tornar-se cada vez mais fortes”, à medida que este “disponibiliza mais e mais armas destrutivas a estas redes; portanto, chegou a altura de agir contra o Irão”.
“Posso garantir que se os interesses do Irão não estiverem assegurados, o Irão responderá, responderá muito a sério. E acredito que será uma resposta que levará as pessoas a lamentar-se por terem tomado a decisão errónea que tomaram”, avisou o chefe da diplomacia iraniana.