A Associação Nacional de Responsáveis de Distribuição (ANRED) manifestou-se contra a greve dos CTT, agendada pelos sindicatos, na próxima sexta-feira, dia 23 de fevereiro. Em comunicado, a associação adiantou que “não se revê nos fundamentos subjacentes à greve geral”, paragem que considera “lesiva dos interesses dos mesmos, tendo por base questões claramente ideológicas e políticas e não profissionais”.
Na mesma nota, a ANRED assegura que “vai continuar, com o seu profissionalismo, dedicação e compromisso, a trabalhar diariamente para que a distribuição do correio aos portugueses continue a ser o seu contributo e o dos seus associados para o crescimento e desenvolvimento sustentado dos CTT”.
“Em face de todo o ruído que se tem verificado na envolvente da discussão pública, queremos enaltecer a capacidade de resposta dos profissionais dos CTT que mantêm altos padrões de produtividade e respondem com excelência no serviço que prestam aos portugueses, sendo esta a melhor resposta que podemos dar perante o facto de sentirmos que se colocou em causa o nosso brio profissional, a nossa competência e a nossa ligação genética ao serviço público”, pode ler-se no comunicado.
A paralisação, marcada pelos sindicatos Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), dos Trabalhadores das Comunicações e dos Media (Sindetelco), dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV) e Independente dos Correios de Portugal (Sincor), defende a reversão da privatização dos CTT e um serviço postal universal de qualidade. Além disso, visa protestar a redução de pessoal e o encerramento de postos de atendimento por todo o país.
Os sindicatos esperam uma boa adesão e acreditam que vão contar com quatro mil trabalhadores de correios na manifestação em Lisboa. O protesto parte do Marquês do Pombal, às 14:30, e segue até à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.
Recorde-se que os CTT divulgaram em dezembro um plano de reorientação estratégica que tem por base o corte no pessoal (800 pessoas) e o fecho de balcões de norte a sul do país. Com a medida a empresa pretende gerar um impacto positivo na ordem dos 45 milhões de euros já partir de 2020.