Portugal encontra-se entre os países onde a complexidade de cobrança de dívidas é menor. De acordo com um estudo da COSEC, especialista em gestão de créditos, Portugal é o oitavo país, de uma lista de 50, onde é mais fácil as empresas recuperarem o valor que lhes é devido.
Numa escala de 0 a 100 de nível de complexidade na cobrança de dívidas, Portugal está nos 34 pontos e é apenas ultrapassado pela simplicidade da Suécia, Alemanha, Finlândia, Holanda, Áustria e Suíça.
A análise coloca então Portugal num grupo de países exemplares, onde os acordos de retenção de titularidade são uma das principais ferramentas na cobrança. No caso português, destaca-se ainda a baixa complexidade no que toca aos procedimentos associados às insolvências, o que contribui para o melhor funcionamento do sistema de cobrança das empresas.
De acordo com a COSEC, o êxito de Portugal não se reflete apenas na presente pontuação, mas também na evolução que se tem verificado ao longo do tempo; só nos últimos quatro anos, esta complexidade baixou 7 pontos, o que é um claro sinal de que o país tem vindo a fazer esforços para simplificar os processos de regularização da dívida das empresas.
O serviço de recuperações da COSEC no mercado interno apresentou taxas de sucesso de 57%, compreendendo um montante médio anual aproximado de 20 milhões de euros. Já no que toca aos mercados externos, este valor desce para os 36%, com os valores em recuperação correspondentes a cerca de 23 milhões de euros anuais.
Europa Ocidental lidera ranking
Já a Europa Ocidental destaca-se no que toca a simplificar o processo para as empresas que procuram recuperar aquilo que lhes devem.
A Suécia, Alemanha e Irlanda lideram, posicionando-se como os países com menor complexidade – com as pontuações em torno de 30. A Suécia e a Alemanha dão o exemplo, demonstrando a menor complexidade nos três aspetos analisados: práticas de pagamentos locais, procedimentos jurídicos locais e procedimentos de insolvências locais.
A região apresenta também o maior número e quota de países com uma complexidade de cobrança “notável”. Catorze dos 16 países posicionam-se no nível menos severo, à exceção da Grécia e Itália (ambos com elevado nível de complexidade).
Os mercados onde é mais difícil a cobrança são a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Malásia.
A avaliação “assentou em três aspetos base: as práticas locais de pagamento, procedimentos jurídicos locais e procedimentos locais de insolvência”. Esta análise permitiu também demonstrar que as maiores economias, mercados mais dinâmicos e países menos vulneráveis não representam necessariamente um ambiente de negócios mais favorável. Os focos de complexidade na cobrança estão presentes em todos os países, incluindo na Suécia. A complexidade na cobrança de dívidas internacionais depende de muitos fatores. Ao nível global, o fator chave aparenta ser, de longe, o dos procedimentos locais de insolvências, que nem sempre são eficazes – isto é, considerando as regras de prioridade e o cancelamento de transações anteriores.