Às vezes, olhamos um pouco por toda a Europa e parece que nada de novo se passa.
Real Madrid e Barcelona, aqui ao lado, em Espanha, desfizeram tranquilamente os seus muito medíocres adversários e encheram o peito com golos à brava, mesmo que estes não tenham o valor de tempos de antanho.
Por isso, convenhamos, o interesse recaiu sobre Inglaterra.
Manchester United contra Chelsea, a contar para a Liga.
Manchester City contra Arsenal, para a Taça da Liga.
Dois jogos de estalo, convenhamos.
É um facto que, no campeonato deste ano, nem United nem Chelsea se têm separado de uma imagem tristonha de futebol aborrecido e dedicado ao pontinho e benza-os Deus Nosso Senhor.
Assim sendo, nada a esperar de músculos e tendões a rangerem num confronto de corajosos.
Tiveram ambos medo.
Teve medo o United de Mourinho, até se ver a perder.
Teve medo o Chelsea de Conte quando se viu em vantagem.
Parecia justa essa vantagem à beira do intervalo.
Lukaku deu cabo dela na conclusão de um movimento magnífico.
O empate inicial iniciaria a segunda parte.
A partir daí a equipa do treinador português foi melhor.
Encaixou os golpes adversos e não tardou a responder-lhes com o arreganho necessário.
Ao passar dos 75 minutos, o United ganhou a frente da compita e ganhou o jogo. Porque do outro lado não havia resposta. E assim sendo, nada a fazer.
O City Primeiro troféu para Pep Guardiola na Grande Ilha para lá da Mancha. O seu Manchester City arrumou com o sempre dececionante Arsenal por 3-0 na final da Taça da Liga.
Ninguém terá ficado com a boca aberta de espanto.
Este City está ao nível do topo da Europa, essa é que é essa, e falta a prova na Liga dos Campeões para defender de vez esta tese.
Entretanto, comanda o campeonato à vontadinha e faz as delícias de quem gosta do tal futebol bonito.
Guardiola diz-se orgulhoso: “Provei que mesmo aqui, em Inglaterra, consigo colocar uma equipa a jogar à minha maneira e ser capaz de ganhar títulos”.
Ninguém pode retirar-lhe um pingo de valor à vaidade.
O Manchester City de agora é, certamente, o melhor de todos os tempos, com perdão de Malcolm Allison.
Em Wembley fez a festa à conta de uma equipa triste e submissa que cada vez menos tem a imagem de um grande da Europa.
Nada a dizer!