O Mobile World Congress (MWC) a maior conferência da indústria de tecnologia e telecomunicações sem fios, arranca hoje em Barcelona. Mais de 100 mil pessoas são esperadas num evento que vai revelar as novidades em smartphones, inteligência artificial (IA) e drones autónomos, apresentadas por quase 2300 empresas de 208 países. Portugal vai estar representado por perto de dez expositores. A principal ausente é a Apple.
Ao mesmo tempo, até 1 de março, perto de 5500 CEO, bem como outros executivos, investidores e analistas, terão oportunidade de discutir as principais tendências da indústria como, por exemplo, a cibersegurança, a blockchain ou a chegada da quinta geração, ultrarrápida, de rede móvel (5G).
Este ano, a 5G vai dominar o congresso de Barcelona, e Intel, Dell, HP, Lenovo e Microsoft são algumas das empresas que farão revelações nesta área, entre as quais os primeiros computadores com Windows 5G. A NEC Corporation, em conjunto com operadoras de telecomunicações, demonstrará no MWC tecnologias e soluções com base na 5G.
A quinta geração de rede móvel vai permitir um menor período de espera entre dados e promete velocidades de acesso e navegação dez vezes mais rápidas, o que vai permitir o aumento de carros autónomos nas estradas e até cirurgias em lugares remotos feitas por médicos em hospitais. A expetativa dos analistas é que o MWC revele como é que os distribuidores conseguirão tornar o 5G – que requer grandes investimentos – rentável.
Esta tecnologia é apontada como vital para desenvolver a IoT (Internet of Things). Empresas como a BT, a Vodafone ou a Telefonica estão a tentar vender produtos e serviços para que as empresas digitalizem os seus processos e se conectem à internet para serem mais eficazes a trabalhar. A aposta é no setor empresarial, porque os ligados aos consumidores já foram aproveitados pelos gigantes online, como a Google ou o Facebook.
A Deutsche Telekom prevê que, em 2020, ano em que milhões de cartões SIM serão usados por carros, fábricas e máquinas, um alemão tenha em média seis dispositivos ligados à internet. A cibersegurança será uma das principais unidades deste ecossistema, com muitas empresas deste ramo a mostrarem em Barcelona as suas capacidades de defesa de máquinas online.
A IA estará também em destaque no certame, uma vez que poderá ajudar a fazer com que as redes sejam mais eficientes, tornando a previsão de procura mais precisa, e cortar os custos substituindo trabalhadores humanos por chatbots. BOTS, softwares que simulam interações humanas, também serão apresentados em dispositivos equipados com esta tecnologia.