Portugal poderá ser mesmo uma excepção à regra no que à Medicina Tradicional Chinesa diz respeito. Segundo o Conselho Europeu das Ordens dos Médicos, o país poderá vir a ser o único na Europa a ter uma licenciatura em Medicina Tradicional Chinesa.
Em declarações à agência Lusa, José Santos, presidente do Conselho Europeu das Ordens dos Médicos, explicou que enviou um pedido às ordens europeus a questionar se nos seus países existiam licenciaturas neste sistema de medicina alternativa à ocidental, mas não recebeu qualquer resposta positiva. Entre os países que responderam negativamente encontram-se a Alemanha, Itália, Bélgica, França, Roménia, Reino Unido, Grécia e Suiça.
"Não identifiquei um único país com licenciatura", afirmou José Santos.
Um caso excepcional é o da Áustria, que em algumas universidades oferece pós-graduações em medicina chinesa, limitando a sua frequência a médicos, médicos dentistas, médicos veterinários, farmacêuticos, licenciados em ciências ou a pessoas com experiência reconhecida em medicina alternativa. Em Portugal, a licenciatura, como qualquer outra, seria aberta a quem demonstrasse interesse e se inscrevesse, pagando as propinas referente ao Ensino Superior Público.
E as críticas de Santos não se fizeram esperar perante a possibilidade da medicina chinesa vir a ser ensinada nas universidades: "Abrimos um espaço enorme de uma quantidade de pessoas que podem prejudicar seriamente a saúde pública, com atrasos nos diagnósticos ou de proposta terapêutica". Uma licenciatura que, na opinião do médico, frequentada por "não médicos que vão atuar como pseudo médicos, dentro de uma 'medicina' com perigos graves para a saúde pública".