O juiz Carlos Alexandre vai ser ouvido como testemunha no caso Fizz no próximo dia 13. O magistrado, que é amigo do antigo procurador Orlando Figueira, já tinha prestado depoimento em fase de inquérito, em agosto de 2016, e contou detalhes sobre os últimos anos da vida de Orlando Figueira – ressalvando sempre que o que sabia era de conversas que tinha tido com o amigo.
Assim que soube que Figueira pretendia deixar o DCIAP, Carlos Alexandre lembrou que o aconselhou a ficar: «Fui-lhe dizendo que tirasse a ideia disso: ‘Não te metas nisso’».
Mas Orlando Figueira seguiu em frente, contou Carlos Alexandre na diligência: «Acabou por aceitar e terá comunicado isso à Sra. Diretora [do DCIAP], pelo menos disse-me que tinha comunicado à Sra. Diretora, e aceitou então, ao que sei, o convite que lhe foi formado por uma firma que trabalhava na órbita da Sonangol, e do Dr. Carlos Silva, com contactos no Banco Privado Atlântico, foi assim que ele me contou».
A firma era a Primagest, que o MP acredita estar mesmo na órbita da Sonangol e de Manuel Vicente, mas que os arguidos Orlando Figueira e Paulo Blanco garantem estar ligada ao presidente do Banco Privado Atlântico e vice-presidente do Millennium BCP, Carlos Silva.