A ‘liderança’ está longe de ser apenas uma das palavras mais repetidas na moção que Assunção Cristas vai defender no Congresso do CDS do próximo fim de semana. Está longe de ser apenas uma pretensão dos centristas de seguir um caminho próprio, focado em fazer uma forte oposição. ‘Liderança’ é também o que Assunção Cristas vai acabar de conquistar, depois de muitos meses à frente do partido. É pelo menos o que considera o eurodeputado e dirigente centrista Nuno Melo, em declarações ao SOL: «Há dois anos, Cristas foi eleita presidente do CDS. Este ano será consagrada líder»
Focado no objetivo de crescer sozinho, o programa eleitoral do CDS passará, sobretudo, por três vértices, um conjunto de pessoas ocupadas a preparar o programa, outro grupo de trabalho com o objetivo de ouvir as ruas e uma outra equipa do gabinete de estudos.
As palavras chave deste partido cuja moção deu pelo nome de «Um passo à frente», são, além de liderança, consenso, isto é, a não oposição interna.
Aliado a estas ideias, a moção deixa claro que o novo caminho tem de pôr fim a estereótipos e preconceitos, tornando-o um partido das pessoas. Isto porque esta liderança, que agora será consagrada, mas que há muito se desenha, quer acabar com a ideia de que o CDS é um partido de pessoas ricas e de quadros, tornando-o um partido mais novo e que não está fechado a ninguém.
E para percorrer este caminho sozinho precisará de se abrir aos independentes, uma vez que só assim terá mais força para eventuais acordos pós-eleitorais com o PSD.
Também se pretende que os eleitores deixem de pensar em votos úteis, querendo cultivar-se a ideia de que o CDS é uma força política com peso e que poderá fazer a diferença em qualquer eleição e que tem condições para liderar, se for caso disso.
Mas para que possa, de facto, fazer a diferença o partido sabe que precisará de ganhar dimensão, algo que só poderá acontecer se a liderança de Cristas conseguir conquistar as ruas e transformar-se verdadeiramente.