Reestruturação penaliza contas dos CTT

Queda do negócio postal e custos com a reestruturação penalizaram lucro dos CTT, que caiu 56%. Saída de trabalhadores é para manter.

O lucro dos CTT caiu 56,1% para 27,3 milhões de euros no ano passado. Ainda assim, os acionistas vão receber mais do dobro dos dividendos: 57 milhões. Esta quebra do resultado deve-se à deterioração do negócio postal, que levou a empresa a uma profunda reestruturação nos próximos três anos, estando por isso prevista a saída de 800 trabalhadores. Para este ano, os Correios antecipam uma «queda do volume do correio entre 5% e 6%», garantiu o CEO, Francisco de Lacerda, depois de ter caído 5,6% em 2017.

As estimativas para este ano apontam ainda para um gasto não recorrente, relacionado com o plano de reestruturação, na ordem dos 20 milhões de euros.

Francisco Lacerda garantiu que o fecho dos balcões e passagem a postos está relacionado com uma redução «dos custos fixos». Mas referiu que só tem planos para fechar as 22 indicadas inicialmente mas que, a todo o momento, a empresa avalia ajustes à rede de balcões. Os CTT já rescindiram com mais de 200 trabalhadores, dos quais 161 saíram no quarto trimestre, o que representou uma despesa de quase 12 milhões em indemnizações.

A empresa vai pagar 57 milhões aos acionistas, mais do dobro dos lucros obtidos em 2017.