Quando o seu pai a escolheu para dirigir a Sonangol houve muitas críticas e acusações de nepotismo. Como recebeu essas críticas?
A crítica era infundada e politicamente motivada. Nepotismo significa nomear familiares incompetentes para uma função. Ora, durante as duas décadas em que trabalho, fundei dezenas de empresas e algumas líderes em Angola. Com os meus investimentos e trabalho criei mais de 40.000 empregos e contribui com dezenas de milhões de dólares em impostos em Angola. Por essa razão, posso afirmar, que é óbvio que sou uma gestora capaz e competente. Ficou claro para mim que a Sonangol estava numa situação dificílima e que era necessário proceder a uma transformação estrutural, não só da empresa como de todo o setor petrolífero nacional. Foi com espírito de missão que aceitei assumir a liderança desse enorme desafio. Sempre estive e estou convicta de que a minha família me deu valores sólidos para assumir responsabilidade e assumir o meu papel de mulher angolana e o meu papel na sociedade.
Acha mesmo que era a pessoa mais adequada para tomar as rédeas da empresa naquela altura?
A Sonangol precisava muito mais do que um gestor, precisava de um empreendedor. Faltava a visão estratégica do negócio. Não estou a dizer que fosse a única pessoa capaz de assumir aquele desafio, mas acredito que eu reunia todas as competências e experiência profissional necessárias ao desempenho daquele cargo. Era necessário mais do que um expert de oil and gas e era preciso proceder à transformação da empresa e de todos seus negócios.
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