A Direção Geral da Saúde informou hoje ao final do dia que foram notificados no norte do país dois casos de sarampo. Os dois casos “aparentemente” não estão interligados e o contágio pelo menos numa das situações estará ligado a França, mas a DGS informa desde já que estão em investigação, também na região norte, “outros doentes com sinais e sintomas clínicos, de início súbito, incluindo exantema (erupção cutânea), dores musculares e cansaço”, quadro compatível com sarampo.
Quanto aos dois casos já confirmados laboratorialmente, são estas as indicações da DGS:
– Primeiro caso: homem, de 27 anos, com data de início de sintomas a 26/02/2018 e diagnóstico clínico a 02/03/2018. Clinicamente curado, com ligação epidemiológica a França, país onde há registo de circulação do vírus do sarampo;
– Segundo caso: homem, de 43 anos, com data de início de sintomas a 06/03/2018 e diagnóstico clínico a 12/03/2018, internado e clinicamente estável. Está em curso a investigação para apurar a possível origem da infeção;
Apelo à vacinação reforçado
A DGS recorda que o sarampo é uma das doenças infeciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave, principalmente em indivíduos não vacinados. Atualmente, verificam-se surtos de sarampo em alguns países europeus devido à existência de comunidades não vacinadas, diz ainda autoridade de saúde, que alerta por isso para a importância da vacinação.
A vacina é feita na infância e os pais devem ter o cuidado de não falhar o calendário, para se garantir uma boa proteção de grupo. As duas doses da vacina vacina VASPR são feitas aos 12 meses e aos cinco anos de idade de acordo com o planeamento do Programa Nacional de Vacinação.
Adultos, e em particular profissionais de sáude que não tenham sido vacinados e que nunca tenham tido a doença devem também procurar a vacina, que foi incluída no Programa Nacional de Vacinação em 1974. Nessa altura, era só recomendada a criaças entre entre os 12 e os 24 meses.
No início do ano passado, um surto de sarampo acabou por vitimar uma adolescente de 17 anos, que não estava vacinada. Foi a primeira morte por sarampo no país em 30 anos.