Uma grande coligação de grupos conservacionistas processaram esta terça-feira o governo norte-americano por este ter voltado atrás e permitido em alguns casos a importação de troféus retirados das carcaças de grandes animais caçados em África.
O processo da aliança de grupos ecologistas defende que o órgão governamental responsável, o Serviço das Pescas e Vida Selvagem, não cumpriu os requisitos legislativos necessários quando, no início deste mês, revogou sem aviso uma série de restrições do tempo do governo de Obama e que interditavam a importação de troféus de animais africanos como, por exemplo, elefantes e leões.
O governo de Donald Trump – que a dada altura disse publicamente que a caça destes animais é uma “barbárie” – afirma que apenas obedeceu às ordens de um tribunal que ouviu um caso de grupos a favor da caça.
O futuro da importação de carcaças, chifres, caudas e outros supostos troféus animais para os Estados Unidos ainda está em aberto. Barack Obama proibiu por inteiro a entrada desses objetos no país. O governo de Donald Trump, por sua vez, e depois de várias reviravoltas, decidiu no início do mês permitir a entrada de algumas peças, julgando requerimentos caso a caso e para determinados países.
Na sexta-feira, o presidente do Botswana, Ian Khama, afirmou o passo atrás dado pelo governo americano significa que Trump “está a encorajar a caça furtiva” de elefantes no seu país, mesmo que, em teoria, os EUA só permitam a importação de troféus vindos do Zimbabué e Ruanda.
Em declarações à BBC, o presidente Khama, cujo país proibiu por completo a caça de elefantes, afirma que “não existe vontade política” fora do Botswana para defender o conservacionismo.