“Foi uma bênção que caiu do céu” e, “neste momento, as disponibilidades hídricas são maiores para a agricultura, mas não são ilimitadas”, declarou à Lusa André Matoso, diretor da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Alentejo, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Apesar de toda a seca, o abastecimento humano – considerado prioritário – não estava em risco, mas ainda assim, caso a região tivesse “continuado naquele cenário certamente haveria zonas em que não se poderia regar”, disse o responsável.
“Essa catástrofe [para a qual] estávamos a caminhar, felizmente, está completamente ultrapassada. Esta água está reservada, está armazenada e, agora, é saber geri-la e usá-la com parcimónia”, afirmou, sublinhanho que, apesar das melhorias, é preciso continuar “a regar como se houvesse pouca para que ela dure mais tempo”.
O diretor da ARH explicou que a queda de precipitação que se verificou estes dias, desde 28 de fevereiro, não é “normal” no Alentejo e que teve um efeito “particularmente importante” para a região, uma vez que se encontra “em seca desde 2015”.
As albufeiras alentejanas tiveram uma evolução “muito favorável”, referiu o responsável regional da APA.
No entanto, André Matoso deixou um alerta: “Pelo facto de as albufeiras e os aquíferos estarem a evoluir favoravelmente, não podemos esquecer o passado recente. Agora que a água cá está, temos de a preservar”.