O grupo responsável pela criação do programa eleitoral do CDS para as legislativas de 2019 já começou a trabalhar. «Já tivemos dois rounds iniciais para nos situarmos todos no mesmo quadro de análise e de trabalho, já estamos de facto a trabalhar», disse ao SOL a deputada Ana Rita Bessa. que integra a equipa.
Portugal.com Futuro, o nome dado ao grupo que vai reunir e discutir as propostas resultantes do programa Ouvir Portugal e que cheguem ao CDS pelos vários meios disponibilizados pelo partido, tem como mote principal «procurar estabelecer uma ambição para Portugal e para os portugueses no contexto de uma economia globalizada e digitalizada».
Os novos desafios da era digital são o ponto de partida para o programa eleitoral com que Assunção Cristas pretende tornar-se a próxima primeira-ministra de Portugal, ambição que expressou durante o congresso do CDS. «O nosso propósito é criar instrumentos do ponto de vista social, cultural, económico e financeiro para Portugal poder vencer nesse mundo», explicou Adolfo Mesquita Nunes, vice-presidente do partido e coordenador do grupo. «O que implica – para além das questões tradicionais de um programa eleitoral – pensar nos desafios da economia digital, da inteligência artificial, da robótica e todas as implicações que isso vai ter do ponto de vista das relações laborais, segurança social, prestações sociais, e adaptar o nosso país a essa nova realidade», acrescentou.
Para Francisco Mendes Silva, que também integra o grupo de trabalho, o principal «esforço será perceber como é que Portugal poderá estar mais preparado para se adaptar a essas mudanças da economia», referindo-se à globalização e à economia digital. Se, por um lado, é necessário «perceber como é que os setores mais dinâmicos da sociedade podem ser libertados para serem a locomotiva principal do crescimento», por outro é preciso «perceber como os setores mais vulneráveis podem passar a estar mais seguros e ter mais apoio numa economia que lhes coloca riscos acrescidos».
Jorge Miguel Teixeira, ex-presidente da Juventude Popular do Barreiro e o mais jovem elemento do grupo, considera que «Portugal ainda parece estar um pouco atrás na maneira como faz políticas nestas áreas», acrescentando que as novas gerações têm «a sensação de que os políticos estão sempre a correr atrás dos problemas e depois dão respostas que são inconsistentes».
«Penso que são precisas melhores condições para que a economia portuguesa seja mais atrativa, para que seja também mais atrativo trabalhar em Portugal», apontou o jovem como uma das prioridades para o programa eleitoral dos centristas.
Um grupo para coordenar as propostas apresentadas
Para além de Adolfo Mesquita Nunes, Ana Rita Bessa, Francisco Mendes Silva e Jorge Miguel Teixeira, fazem ainda parte do grupo Portugal.com Futuro João Moreira Pinto, Mariana França Gouveia e Graça Canto Moniz, e os independentes Pedro Mexia e Nádia Piazza. No entanto, o partido está aberto a receber propostas de quem quiser participar, seja através do programa Ouvir Portugal, do Gabinete de Estudos do CDS ou de uma plataforma digital que vai ser lançada brevemente. «Ainda vai ser preciso recolher muitas propostas, testá-las, debatê-las internamente e obter validação política por parte da direção do CDS», explica Francisco Mendes Silva.
A participação de Pedro Mexia e Nádia Piazza traz «contributos importantes» em áreas consideradas «relevantes» para os centristas: «O Pedro na área da cultura, que é para nós um pressuposto de muitas das políticas que queremos implementar», afirma Mesquita Nunes, e Nádia Piazza, que é responsável pela Associação de Apoio às Vítimas de Pedrógão Grande, «porque tem tido um pensamento sobre a coesão territorial e sobre os desafios da interioridade que nos interessa e é um dos desafios que também temos para resolver em Portugal.»