Uma semana depois, o caso de duas pessoas que foram despejadas no Bairro 6 de Maio, na Amadora, e que não tinham qualquer alternativa habitacional, continua sem solução à vista. Por isso, a Habita, que já tinha estado na Secretaria-Geral da Habitação, no Ministério do Ambiente, na última terça-feira, a exigir soluções, regressou ontem à tutela.
“Das duas pessoas despejadas, uma está em situação de sem- -abrigo e outra anda com sacos de plástico de casa em casa”, conta ao i Rita Silva, da associação pelo direito à habitação, que acrescenta que “a pessoa que está a viver na rua, que é doente e precisa de medicação, corre mesmo risco de vida”.
Ontem, a pressão da associação no ministério acabou por dar frutos e a Habita reuniu-se com a chefe de gabinete da secretária de Estado da Habitação, uma assessora e a secretária- -geral do Ministério do Ambiente. Evidente no encontro foi a discrepância entre informações, uma vez que, como descreve a responsável da Habita, “disseram-nos que as informações que tinham por parte da Câmara Municipal da Amadora eram que aquelas duas pessoas tinham tido uma solução”.
Na ocasião, a associação apresentou um conjunto de propostas, pensadas em conjunto com a Associação de Moradores do Bairro 6 de Maio, das quais “a mais importante é a Habita passar a fazer parte do processo negocial entre o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e a câmara para que nenhuma situação destas se volte a repetir”. Da lista de propostas faz também parte, claro, que seja encontrada uma solução para as duas pessoas desalojadas na semana passada.
Do lado do ministério ficou a garantia de que haverá uma reunião, quinta-feira, com a Câmara Municipal da Amadora e com o IHRU, na qual as propostas da Habita – que pediu para estar presente, algo que a tutela disse ter de avaliar com os restantes intervenientes – vão ser discutidas, em particular as soluções existentes para Edmilson e Bruno. Perante o compromisso, a Habita deixou o ministério.