Síria. O que se segue? “Tudo dependerá do que Assad fizer”

EUA e Rússia apresentam versões diferentes do que aconteceu

A porta-voz do Pentágono Dana White e o general Kennet McKenzie, membro do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos e conselheiro de Donald Trump, defenderem este sábado, durante uma conferência de imprensa, que o objetivo do ataque levado a cabo esta madrugada pelos EUA, em conjunto com o Reino Unido e a França, não tinha como objetivo depor o regime de Assad.

Para além disso, a versão apresentada pelo Pentágono contradiz as informações avançadas por Moscovo: segundo os dois porta-vozes norte-americanos, nenhum dos mísseis lançados pelos EUA foi interceptado pela defesa aérea síria. “Nenhum dos nossos meios aéreos ou mísseis foram interceptados com sucesso pela Síria”, afirmou McKenzie, acrescentando ainda que não há qualquer informação quanto ao envolvimento do sistema de defesa aéreo russo na defesa do território do seu aliado.

Antes, Moscovo tinha dito que a defesa síria e russa tinha conseguido interceptar 71 dos 103 mísseis lançados pelos EUA e os seus aliados. De acordo com McKenzie, foram lançados 105 mísseis.

Os EUA continuam a dizer que o objetivo era “atingir os nossos alvos” e não “uma tentativa de depor o regime sírio”, explicou White. Apesar de, segundo o Pentágono, esta missão ter permitido diminuir a capacidade da Síria de avançar com ataques químicos, alguns centros de produção e armazenamento destas armas continuam ativos.

“Foi uma missão bem-sucedida. O que acontecerá a seguir dependerá do que o regime de Assad decidir fazer”, referiu White.

Recorde-se que, esta madrugada, os EUA, apoiados pela França e o Reino Unido, bombardearam alvos em território sírio, numa ofensiva que, segundo as autoridades norte-americanas, se tratou num “ato único” para destruir locais essenciais à produção e armazenamento de armas químicas.

Este ataque surge na sequência de um ataque com armas químicas alegadamente perpetrado pelo regime sírio. O governo de Assad já negou qualquer envolvimento neste ataque e a Rússia pediu a membros da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) que fossem ao terreno perceber o que se passou. Este ataque dos EUA e seus aliados surge no dia em que a OPAQ ia começar os trabalhos no terreno.

A Rússia pediu entretanto uma reunião do Conselho de Segurança da ONU com caráter de urgência. Já foi confirmado que a reunião irá ocorrer esta tarde.