O Novo Banco pretende fechar 73 balcões até ao final do primeiro semestre de 2018. A notícia foi dada pela Comissão de Trabalhadores à Agência Lusa depois de uma reunião com a administração do banco.
Este valor vem duplicar o valor dos balcões a fechar que estava previsto. Até ao final deste ano sabia-se 30 agências seriam encerradas. O fecho dos balcões já tinha sido incluído no acordo de reestruturação feitos com a Comissão Europeia, no entanto o prazo previsto era 2021. Assim, o número de balcões do Novo Banco passará de 473 (no final de 2017) para 400, o valor acordado com Bruxelas.
Durante a apresentação dos resultados do Novo Banco, que decorreu no final de março, António Ramalho, presidente executivo, escusou-se a divulgar esta informação. A justificação dada na altura foi de que queria informar os órgãos representativos dos trabalhadores antes de tornar a informação pública.
Para além do fecho dos balcões, serão feitas mais de 400 rescisões com trabalhadores, quer por mútuo acordo, quer por reformas antecipadas, estando já provisionados 134 milhões de euros para este processo. O prazo para os trabalhadores se candidatarem às rescisões por mútuo acordo terminou na passada sexta-feira e está previsto que fique decidido em maio. Até ao momento, não há informações de quantos trabalhadores optaram por abandonar a empresa em troca de contrapartidas financeiras. Também o prazo para pedir reformas antecipadas já terminou para os trabalhadores da rede comercial e o período para os funcionários dos serviços centrais apresentarem a candidatura ainda não foi aberto.
Depois da venda de 75% do Novo Banco à norte-americana Lone Star – que celebrou a compra através da injeção de 1.000 milhões de euros no banco – a Comissão Europeia exigiu que fosse feito um plano de reestruturação com implicações na dimensão da atividade do banco. Este acordo incluía a venda ou fecho de operações, assim como a diminuição do número de trabalhadores.
Recorde que o Novo Banco teve prejuízos de 1.395,4 milhões de euros em 2017, o valor mais alto registado. E por isso, o governo já anunciou que vai emprestar perto de 450 milhões de euros ao Fundo de Resolução – um mecanismo criado para ajudar na recapitalização de bancos – para que este possa injetar 791,7 milhões de euros.