Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS, considerou "incompreensível, contraditório e até imoral" que o governo retire o corte de 5% sobre os salários nos gabinetes de políticos, noticiado esta quinta-feira pelo Público
"No momento em que – apesar de o primeiro-ministro ontem ter decretado o fim da austeridade – o peso dos impostos na gasolina é o maior da Europa, assistimos a cortes profundíssimos na saúde que causam casos como o do hospital de São João, os transportes estão como estão, os polícias desesperam e já se juntam a militares em ameaças de vigílias, na educação há escolas que fecham por falta de pessoal auxiliar, o único corte que o governo se lembra de fazer é cortar no corte do pessoal político", criticou Nuno Magalhães aos jornalistas.
O deputado centrista censurou as cativações e os cortes que o governo tem feito no serviço público, apontado esses setores como mais principais para uma reposição e investimento. "Não é uma questão populista nem demagógica, eu diria que é uma situação, do ponto de vista democrático, de higiene", concluiu.
Nuno Magalhães falava aos jornalistas depois de o CDS ter apresentado um programa nacional de reforma alternativo ao desenvolvido pelo governo. Entre medidas de redução da carga fiscal e de investimento na Saúde, Educação, Natalidade e Coesão territorial, Pedro Mota Soares, ex-ministro da Solidariedade, Trabalho e da Segurança Social, anunciou também que a diminuição do IVA dos espetáculos culturais de 13 para 6% está incluída no programa. "Esta é a nossa alternativa" caso o documento do governo seja recusado.