As árvores cumprem um papel fundamental também nas cidades. Muito para além do aspeto estético e da sombra que promovem, as árvores têm vários efeitos positivos no meio urbano.
Com a chegada da primavera as árvores que estiveram despidas voltam a cobrir-se de folhas – trata-se do sinal mais evidente da mudança de estação que mesmo com a incerteza do estado do tempo e com os fenómenos associados às alterações climáticas caracteriza o início da nova estação.
As árvores nas zonas urbanizadas desempenham funções muito importantes que muitas vezes passam despercebidas ou por desconhecimento ou pelo facto de provocarem transtornos apenas por serem da espécie errada no local errado.
Em parques e jardins, mas também nas ruas e praças, as árvores desempenham funções muito variadas e vitais numa cidade:
1. Aumentam o conforto e valorizam as cidades.
– Criam sombras que protegem da exposição aos raios solares;
– Diminuem a temperatura dos espaços abrigados e envolventes;
– Aumentam a humidade do ar tornando o ambiente mais agradável;
– Protegem do vento;
– Valorizam o património envolvente;
– Melhoram a estética das cidades, promovendo a diversidade de cores e de luz.
2. Promovem a qualidade ambiental.
– Absorvem dióxido de carbono (um dos gases responsáveis pelo efeito de estufa) e libertam oxigénio;
– Fixam poluentes em suspensão;
– Reduzem o ruído;
– Servem de abrigo e alimento a diversas espécies animais, favorecendo a biodiversidade;
– Favorecem a infiltração de águas pluviais;
– Promovem a diminuição do consumo energético das habitações envolventes.
A importância das árvores nas cidades é inequívoca. Cabe aos responsáveis pela gestão do espaço público fazer uma escolha adequada das espécies e locais em que as árvores são plantadas.
Não basta olhar ao aspeto estético. Importa prever as consequências da presença das árvores nas diversas funções do espaço público. Não se planta uma árvore que deixa cair substâncias que mancham um carro em zonas de estacionamento. Não se planta uma árvore com frutos que caindo no chão o tornam escorregadio em zonas de peões, não se planta uma árvore que lança sementes para o ar junto de habitações. Não se planta uma árvore junto de um candeeiro sabendo que quando crescer o vai cobrir.
Também a manutenção do arvoredo deve ser atempada e adequadamente efetuada de modo a assegurar o bom estado fitossanitário das espécies, promover um desenvolvimento compatível com o espaço onde se encontram e garantir a segurança de pessoas e bens.
Por tudo isto, mesmo quando os passeios se enchem de folhas secas e incomodam o nosso caminho, ou que os telhados se enchem de folhas e ramos ou quando os carros ficam mais sujos ou até quando as alergias culpam as árvores, vale a pena pensar em tudo aquilo que se perderia se não tivéssemos árvores nas cidades. Na verdade, quase todos os inconvenientes podem ser ultrapassados com mais e melhor limpeza e escolha de espécies adequadas. E em relação às alergias, na maior parte dos casos, as árvores são erradamente culpadas.
Ao passearmos vale a pena reparar na diferença de conforto de uma rua com ou sem árvores. As árvores são um excelente investimento na valorização e qualidade de vida urbana.