Depois de na semana passada a sua nomeação ter dado origem a sérios protestos, o primeiro-ministro arménio, Serzh Sarkisian, anunciou hoje que se irá demitir, avançou a Reuters.
"O movimento das ruas está contra o meu mandato e vou cumprir as suas exigências", pode ler-se no comunicado. "Esta será a última vez em que vos vou falar como chefe do governo".
Ao receberem a notícia, vários residentes na capital do país, Ierevan, saíram às ruas para celebrarem. Entre estes, centenas de soldados com e sem uniformes juntaram-se nas ruas aos protestos anti-governo, que já duram há 11 dias consecutivos.
Entretanto, responsáveis do exército já declararam que os protestos dos soldados são ilegal e ameaçaram-nos com sanções disciplinares. Para a Reuters, estes protestos representam a maior crise política das últimas décadas no país.
O descontentamento aumentou depois de Sarkisian ter anunciado que iria ocupar o cargo de primeiro-ministro do país depois de ter desempenhado dois mandatos presidenciais (10 anos). A sua decisão foi vista como uma jogada para se manter no poder indefinidamente, por em 2015 a constituição ter sido alterada, transformando o cargo de presidente numa função simbólica.