A boca ainda está agridoce mas pode tornar a azedar. Depois de a concelhia do CDS do Porto ter caído para uma lista mais distante da atual direção do partido, logo a seguir ao congresso deste ano, é a distrital que vai agora a votos.
Não se joga somente a sucessão de Álvaro Castelo Branco, mas também a fidelidade da invicta à liderança de Assunção Cristas. Até agora, há uma candidatura – de Cecília Meireles, vice-presidente de Assunção – mas Fernando Barbosa, ex-vice de Castelo Branco na distrital, deverá mesmo, ao que o i apurou, avançar. O presidente da concelhia de Gaia – a segunda maior concelhia centrista de todo o país – vem agregando potencial eleitoral junto dos militantes e conhece o aparelho.
Meireles, todavia, antecipou-se e lançou a candidatura primeiro – o que dará uma aparência de oposição interna a qualquer um que agora que se apresente contra a deputada, que já conta com apoios das concelhias da Maia e de Matosinhos. A concelhia do Porto, liderada pela recém-eleita Isabel Menéres, ainda não tomou qualquer posição sobre o futuro da distrital, havendo dois fatores que se destacam.
Por um lado, Menéres venceu contra uma lista apoiada por Cecília Meireles. Isto faz com que a maioria da atual concelhia do CDS – em que estão integradas tendências mais distantes da direção de Cristas como as de Filipe Lobo d’Ávila e a de Abel Matos Santos – não seja favorável a apoiar Cecília para a distrital. Por outro, Menéres foi eleita conselheira nacional na lista da direção – logo, sendo menos distante de Cristas do que muitos que a apoiaram.
Na concelhia de Paredes, José Miguel Garcês, que foi candidato à câmara nas autárquicas do ano passado, é visto como uma figura mais jovem (32 anos) cujo apoio pode pesar num corrida entre Cecília Meireles e Fernando Barbosa, sendo que uma terceira via protagonizada pelo próprio Garcês tem sido falada pela estrutura nortenha do CDS.
Uma coisa é certa: depois de perder a concelhia do Porto, não convém à direção do CDS deixar escapar a distrital.