Liga dos Campeões com Real Madrid significa isto mesmo: Real Madrid na frente. A competição parece talhada para o clube merengue – seja neste formato ou no antigo – e é nela que este se sente mais à vontade. Ontem, em Munique, até entrou pior (muito pior), mas o talento e a matreirice dos seus atletas, aliados ao azar e aos erros cometidos pelos jogadores bávaros, acabaram por virar o jogo e deixar o bicampeão europeu a um pequeno passo da terceira final consecutiva – quarta nos últimos cinco anos.
A má sorte do Bayern começou a fazer–se sentir logo aos oito minutos, quando Robben voltou a fazer jus à alcunha “Homem de papel”: o extremo holandês disse que não dava mais e foi desde logo substituído por Thiago Alcântara. Mas, por esta altura, eram os alemães a mandar, tendo já ficado a pedir uma grande penalidade por empurrão de Carvajal a Lewandowski logo a abrir.
Aos 28’, o primeiro golo do jogo: um passe a rasgar de James Rodríguez (emprestado ao Bayern… pelo Real) encontrou Kimmich, que correu quilómetros sempre a dar a entender que iria assistir algum colega mais bem posicionado. Nem por isso: o polivalente internacional germânico acabou por optar ele mesmo pelo remate, enganando Keylor Navas e abrindo o marcador no Allianz Arena.
Apenas seis minutos depois, mais uma contrariedade: Boateng também se lesionou e teve de sair, entrando Sule. Continuava o Bayern a mandar e a desperdiçar ocasiões; do outro lado, à primeira oportunidade, o Real… marcou. A um minuto do intervalo, a defensiva alemã não conseguiu despachar uma bola perdida e Marcelo, de primeira, enviou um petardo diretamente para as redes à guarda de Ulreich. Estava feito o empate, que podia ter sido desfeito logo a seguir, não fosse Navas travar um cabeceamento de Lewandowski que levava selo de golo.
Ao intervalo, Zidane tirou Isco, ontem muito apagado, e fez entrar Asensio. A chave do jogo estava aí. Aos 57’, Rafinha fez um mau passe em zona proibida: Asensio recolheu a bola, colocou-a imediatamente em Lucas Vázquez e arrancou em direção à baliza para voltar a receber. No momento certo, Lucas devolveu e o atacante recém-entrado atirou para o fundo da baliza, selando a reviravolta.
A partir daqui… bem, continuou a dar praticamente só Bayern, embora as oportunidades de golo se tenham tornado bem mais escassas. Logo no ataque seguinte, Ribèry sentou dois defesas do Real e atirou a contar, mas Navas voltou a salvar a equipa blanca. Em cima do minuto 90, Lewandowski desperdiçou nova ocasião, atirando ao lado quando estava em excelente posição.
Inimigo número um do Bayern, a quem já havia marcado nove golos em seis jogos (cinco dos quais nos quartos-de- -final do ano passado), Cristiano Ronaldo esteve desta feita muito apagado. Até marcou, é verdade, mas o golo (excelente remate) foi invalidado por ter utilizado o braço para ajeitar a bola no momento da receção. O recorde de Di Stéfano de 11 golos nas meias-finais da prova terá de ficar para a semana.