Nem o céu é o limite. Há quem possa viver só de anúncios

A publicidade diz-nos mais do que pensamos. Há expressões que usamos vezes sem conta por causa de anúncios que entraram na memória coletiva. “Apetecia-me tomar algo”, com o motorista Ambrósio, ou “o algodão não engana”, um anúncio Sonasol, são alguns exemplos. Também há caras ligadas a campanhas que ficam na retina. Escolhemos quatro casos de…

Messi. Receitas são superiores às de Ronaldo

De acordo com o semanário francês “France Football”, Lionel Messi superou Cristiano Ronaldo nos ganhos financeiros de 2017/18. Segundo a publicação, o astro do Barcelona atingiu, entre salário bruto, prémios e receitas publicitárias, um valor acumulado de 126 milhões de euros, enquanto o avançado do Real Madrid se “ficou” pelos 94 milhões de euros.

Já em 2013, a agência Euromericas Sport Marketing publicava uma lista que só dava ao jogador motivos para sorrir. O ranking mostrava os desportistas mais bem pagos do mundo no mundo da publicidade. Havia dez lugares e Messi ocupava um deles.

Na 6.ª posição, por ganhar cerca de 42,1 milhões de euros por ano, o futebolista argentino encontrava-se melhor posicionado do que Cristiano Ronaldo. O craque português somava anualmente 37,7 milhões de euros e conquistava, por isso, a 8.ª posição.

O topo da lista pertencia a Roger Federer, que amealhou na altura 50,3 milhões de euros em campanhas de imagem e de publicidade. No 2.º e 3.º lugar estavam as estrelas da NBA: Kobe Bryant e LeBron James, que somavam anualmente 48,8 e 47,3 milhões, respetivamente.

Cinco anos depois, Ronaldo e Messi continuam a protagonizar uma rivalidade em todas as frentes, lutando cada um para ser o melhor jogador do mundo. E são justamente os sucessos no relvado que lhes permitem fazer milhões fora dele.

Os nomes podem ir mudando, os números também, mas haverá sempre jogadores ligados a marcas e campanhas publicitárias. Messi já foi escolhido para dar a cara por marcas como a Adidas, a Samsung, Turkish Airlines, entre outras.

Neymar. Mais de 60% só em publicidade

Em campo, Neymar provou desde cedo que pertence à elite dos atletas de futebol. Mas é também fora das linhas que tem mostrado como é que nascem os fenómenos globais. Na sequência da sua transferência pelo valor recorde de 222 milhões de euros, bastou uma fotografia com a camisola do PSG para ter mais de dois milhões e meio de gostos. E, claro, lá estavam os patrocinadores oficiais do clube.

Neymar tem sido dos jogadores que mais conseguem fechar contratos verdadeiramente milionários, ainda que não seja propriamente uma novidade. Em 2014, por exemplo, tinha contratos com 16 empresas. Já deu a cara por marcas como a Nike, a Gillette ou a Red Bull. Campanhas que lhe permitir encaixar muito dinheiro.

A expetativa em torno do jogador tem, aliás, crescido também nesta matéria e há quem acredite que possa chegar a representar, brevemente, mais de 20 marcas. Ser considerado um dos melhores jogadores da atualidade e o negócio milionário que o levou até ao PSG têm sido boas armas de negociação. Há quem acredite que, fechadas as contas, consiga facilmente ter mais de 60% do vencimento em publicidade.

De acordo com publicações da área, Neymar viu em Cristiano Ronaldo a prova de que na publicidade não há limites. Até porque existem especialistas da área a destacar os motivos vários que trouxeram Neymar até este patamar. De acordo com uma consultora brasileira, “ele é o Brasil que deu certo e, para as marcas, tornou-se garantia de bons resultados”.

E a lesão que o paralisou? Por vezes nem mesmo o insucesso dentro de campo foi suficiente para afastar as marcas e os contratos milionários que representam.

Nicole Kidman. Um dos anúncios mais caros

Em 2004, Baz Luhrmann realizava um dos anúncios mais caros da história da publicidade. Com Nicole Kidman a vestir a pele de protagonista, a história era contada numa versão romântica. A atriz conhecia, num táxi, um escritor, interpretado por Rodrigo Santoro, por quem se apaixonava.

O romance era contado em apenas dois minutos. Mas foram dos dois minutos mais caros de sempre: o anúncio da Chanel custou 33 milhões dólares e valeu à atriz um encaixe de um milhão.

A verdade é que o pequeno filme de promoção ao icónico perfume Chanel N.º 5. são ainda hoje referenciados como uma das criações mais caras no mundo da publicidade. Mas também ganha importância por ter sido um verdadeiro caso de sucesso: nesse ano, o ‘romance’ entre Nicole Kidman e Santoro fez com que a marca conseguisse atingir o recorde de vendas.

Existem outros casos para ser relembrados. Em 2015, por exemplo, ficou a saber-se que Martin Scorsese tinha realizado The Audition, o anúncio que passou então a ser o mais caro de sempre. Com a participação de Leonardo DiCaprio, Robert de Niro e Brad Pitt, a publicidade a um casino em Macau custou nada menos do que 60 milhões. Cada ator ganhou, na altura, qualquer coisas como 11 milhões de euros.

A presença de Robert de Niro e DiCaprio numa produção de Martin Scorsese não era nada fora do normal, mas juntar os dois a Brad Pitt foi uma novidade extravagante, mesmo para os padrões de Hollywood. Scorsese já tinha tido outras oportunidades de misturar a sétima arte com publicidade, ainda assim com valores mais baixos.

Bündchen. As marcas que se querem mostrar

Gisele Bündchen tornou-se, desde muito cedo, um caso de sucesso na publicidade. Em 2006, um estudo sobre marcas estimava que bastava uma empresa usar a modelo numa campanha para que as ações valorizassem, em média, 15%.

“Durante três anos, ela funcionou tão bem no Brasil para a Nivea que se chegou a pensar em fazer dela o rosto mundial da marca”, chegou a dizer uma fonte ligada a agências. O contrato com a Nívea chegou ao fim, mas depressa se seguiram outros.

Pouco depois, a modelo já tinha assinado um contrato milionário com a Procter & Gamble para protagonizar a campanha da marca de produtos para cabelos Pantene. “Em alguns casos, mais do que fazer um trabalho de construção de marca, a empresa que contrata uma figura tão em evidência quer é ostentar que o negócio vai bem. Tão bem que pode pagar um ícone caro”, explicava, na altura, o publicitário Eugênio Mohallem.

Em 2014, a modelo era já uma das figuras mais caras no mundo da área e chegou mesmo a alcançar o maior contrato de publicidade no Brasil. Graças a isso, Bündchen atingia nessa altura uma posição de destaque na revista Forbes.

Em apenas um ano, Gisele conseguia encaixar 47 milhões de dólares, entre contratos milionários e outros negócios. Era também a mais bem paga no mundo da moda. À semelhança do que acontece com outros embaixadores das mais variadas marcas, quanto mais se ganha no mundo da moda, mais vale a imagem fora dele.

Entretanto, a modelo perdeu o lugar na lista das mais bem pagas. Mas quando isso aconteceu já tinha passado muitos anos a somar grandes quantias de dinheiro.