Afonso Dhlakama, 65 anos, morreu nas matas da serra da Gorongosa onde se encontrava escondido. Há versões contraditórias sobre a sua morte: Dhlakama sofria de diabetes, teve uma complicação e não foi possível evacuá-lo a tempo da província de Sofala, no centro de Moçambique, onde estava escondido desde 2015. Circulam, contudo, rumores de que o líder histórico da Renamo possa ter sido envenenado.
No dia 29 de Abril, a líder parlamentar da Renamo, Ivone Soares, tinha afirmado que Dhlakama poderia em breve abandonar o esconderijo e retomar a vida política institucional.
"Estamos a trabalhar para que a saída do presidente Afonso Dhlakama seja para breve com as medidas de segurança acauteladas e com o término das negociações militares que englobam garantias de que as forças residuais da Renamo vão ser acopladas dentro do exército único do estado moçambicano”, disse Ivone Soares.
Dhlakama assumiu a presidência da Renamo no auge da guerra civil em Moçambique, Em 1992, assinou com Joaquim Chissano, antigo presidente moçambicano, os acordos de paz em Roma que puseram fim a uma guerra civil que durou 16 ininterruptos e provocou centenas de milhares de mortos. É nessa altura que a Renamo passa a ser um partido político reconhecido. Mas em 2013, a violência regressa.
Dhlakama refugiou-se na província de Sofala em 2015. Entretanto, prosseguiam as conversações para um novo acordo de paz. No mês passado, Dhlakama afirmou a um semanário moçambicano que a Renamo só entregaria as armas em seu poder quando os seus oficiais fossem integrados no comando das Forças de Defesa e Segurança. O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, contestou a posição do líder da Renamo. “Como é que pode haver paz com armas? Não é possível paz com armas. Não há em nenhuma parte do mundo nem se pode deixar que isso aconteça”, afirmou Nyusi.