A adesão à greve dos trabalhadores da Saúde rondou hoje os 90%, anunciou José Abraão, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e com Fins Públicos (SINTAP). A greve começou na passada quarta-feira e termina esta quinta-feira à meia-noite. O balanço do sindicato é positivo.
Depois desta prova de força, a estrutura sindical reunir-se-à hoje com o Ministério da Saúde para avançar com as negociações sobre o contrato coletivo de trabalho. No entanto, e apesar de ter uma “grande expetativa” de que a reunião sirva para “se encontrar soluções”, o sindicato alertou que “se não houver evolução neste processo, de modo a que se responda às reivindicações dos trabalhadores”, não vai baixar os braços. “O Governo tem de dar resposta aos problemas, acabar com a precariedade e acabar também com a sobrecarga de muitos dos profissionais, face à falta de pessoal na maioria dos serviços”, disse Abraão. Os trabalhadores reivindicam a aplicação das 35 horas de trabalho semanais, progressões na carreira e o pagamento das horas extraordinárias vencidas e não liquidadas, não esquecendo também a contratação de mais trabalhadores por necessidades do SNS.
“Ainda este mês, voltaremos à greve com o objetivo de que o Governo olhe para estes trabalhadores com outros olhos para que não sejam os parentes pobres do setor da área da saúde”, anunciou Abraão, acrescentando que os trabalhadores “são tão importantes como os outros profissionais do Serviço Nacional de Saúde”. O dirigente sindical deixou em aberto a possibilidade desta nova greve poder coincidir com a dos técnicos de diagnóstico e terapêutica agendada para 24 e 25 de maio.
No que à greve desta semana concerne, o balanço do sindicato é positivo, pois teve um “grande impacto”, com as perturbações nos serviços hospitalares a serem “significativas”. Entre os hospitais mais afetados encontram-se o da Universidade de Coimbra, da Figueira da Foz e o de São João da Madeira, referiu José Abraão. No entanto, o dirigente sindical não hesitou em afirmar que o objetivo do protesto não é de forma alguma dificultar a vida aos utentes, mas sim chamar a atenção do governo para que se “possam encontrar os caminhos e as soluções através da negociação”.