"Há um marasmo absoluto relativamente às situações que nos preocupam, como as questões da carreira e do próprio Serviço Nacional de Saúde", declarou Tiago Craveiro, um dos fundadores do Movimento Nacional de Enfermeiros e um dos coordenadores nacionais da manifestação, à Lusa.
Craveiro disse que as promessas feitas pelo Governo depois de todas as manifestações marcadas “não foram cumpridas” e os enfermeiros continuam sem ter “uma carreira e a não serem reconhecidos”.
A manifestação foi convocada "por pessoas sem qualquer ligação sindical ou partidária e vai ser uma lição de democracia para o país", informou o responsável, sublinhando que a concentração tem o apoio da Ordem dos Enfermeiros, da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermagem (FENSE) e do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR).
"Em 2009, vimos a nossa carreira destruída e foi feita uma carreira que nunca foi implementada", referiu Tiago Craveiro, afirmando ainda que a promessa da tutela de realizar uma negociação "séria com datas para implementação de uma nova carreira" não aconteceu até hoje.
Além da questão das progressões nas carreiras, Craveiro disse que há outros motivos para a convocação desta manifestação, nomeadamente o facto de haver enfermeiros com 21 anos de carreira “que ganham exatamente o mesmo que um enfermeiro que começou há um dia”.
"O subfinanciamento do SNS [Serviço Nacional de Saúde] por parte de vários governos", é também outros dos motivos que leva à convocação desta manifestação.
"Há um desinvestimento a nível de recursos humanos, materiais e infraestruturas. Está a transformar-se o SNS, que deveria ser um pilar da democracia portuguesa, num SNS para pobrezinhos. Vê-se cada vez mais a proliferação dos seguros de saúde e a entrega da saúde dos portugueses aos privados. Queremos inverter isso", concluiu o mesmo responsável.