O Ministério Público (MP) acusou Valentim Loureiro, ex-presidente da Câmara de Gondomar, de participação económica em negócio, depois de este ter beneficiado a mãe de dois filhos seus ao arrendar os seus apartamentos no Porto, para receber estudantes.
“O Ministério Público considerou indiciado que em Novembro de 2001, o arguido, então presidente da câmara municipal de Gondomar e agindo nessa qualidade, arrendou à mãe de dois filhos seus dois apartamentos, situados em Nevogilde, no Porto, pelo valor global mensal de €1396,64, destinados ao alojamento, pela câmara municipal de Gondomar, de estudantes universitários provenientes de Cabo Verde no âmbito de um protocolo de cooperação e geminação”, refere uma nota publicada na página oficial da Procuradoria-Geral Distrital do Porto, que indica ainda que este arrendamento perdurou até 2013.
A publicação refere ainda que Valentim Loureiro “agiu com o intuito de beneficiar a proprietária dos apartamentos em prejuízo do Município de Gondomar, uma vez que o arrendamento desrespeitava os critérios estabelecidos pela assembleia municipal, era desadequado em termos de localização e desconsiderava opções mais vantajosas e os inferiores valores médios de mercado para arrendamentos similares”.
Valentim Loureiro foi eleito presidente da Câmara de Gondomar em 1993 e renovou o seu mandato em 1997 e 2001, apoiado pelo PSD. No entanto, em 2005 perdeu o seu apoio depois de ter perdido credibilidade ao estar envolvido no caso Apito Dourado.