EDP. Lucros caem 23% para os 166 milhões de euros

Sem o impacto das “alterações regulatórias adversas em Portugal”, os lucros teriam sido de 245 milhões, justifica a empresa

Os lucros da EDP desceram 23% para 166 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano face aos 215 milhões que tinha alcançado em igual período do ano passado, anunciou a empresa. 

Através de um comunicado, a elétrica explica que, sem eventos não recorrentes, os resultados teriam registada na mesma uma decida, mas menos acentuada (5%), uma vez que “o crescimento da EDP Renováveis e da EDP Brasil foi mais que compensado pelas alterações regulatórias adversas em Portugal”. Assim, os lucros teriam sido de 245 milhões, afirma a empresa.

Nos eventos não recorrentes com impacto nas contas, a EDP aponta a contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE) em Portugal e a provisão do impacto em resultados referente ao segundo semestre de 2017, correspondente à diferença entre o ajustamento final dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) reconhecido em 2017 e o homologado a 3 de maio (no valor de 13 milhões de euros).

Nos primeiros três meses do ano, o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 12% para 893 milhões de euros, face ao período homólogo de 2017. Segundo a empresa, o valor foi penalizado pela venda da Naturgas e da Portgas em 2017 e pela depreciação do real e do dólar face ao euro, o que em conjunto resultou num impacto negativo para as contas da empresa no valor de 54 milhões de euros. Excluindo estes efeitos, o EBIDTA ascenderia a 911 milhões de euros.

O EBITDA também foi afetado pelas novas contas do CMEC, com um impacto negativo de 18 milhões de euros no primeiro trimestre “relativo à provisão da diferença do ajustamento final dos CMEC”.

A única área de negócio em que a EDP cresceu no primeiro trimestre foi a das energias renováveis (eólica e solar), com o EBITDA a subir 2%. Nas restantes o resultado piorou, destacando-se as redes reguladas ibéricas (quebra de 40%). O negócio de produção e comercialização de eletricidade na Ibéria, outra importante alavanca do grupo, baixou 8%.

Em termos de eficiência operacional, os custos com pessoal e serviços externos aumentaram 1% (excluindo impacto cambial), “reflexo de importantes melhorias em todas as divisões”, de acordo com a empresa liderada por António Mexia. 

No mês de março, a dívida líquida ficou nos 13,8 milhões de euros.

Apesar da quebra nos lucros, a EDP aumentou o número de clientes em 1% nos últimos 12 meses, para um total de 11,4 milhões. 

Nos resultados do grupo já conhecidos, os lucros da EDP Brasil subiram 58,9% para 214,1 milhões de reais (cerca de 50,43 milhões de euros) e os lucros da EDP Renováveis aumentaram 39% para os 94,1 milhões de euros.