Os primeiros quatro meses de 2018 registaram um total de 2.460 ações de insolvência, mais 9,4% que em igual período do ano passado. As declarações de insolvência foram a única ação a registar um crescimento de 27,6% face a 2017, enquanto as declarações de insolvência requeridas caíram 8,7% e as declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas baixaram 8,3%. Os encerramentos com plano de insolvência registaram uma diminuição de 25%. Os dados são da Iberinform.
Se analisarmos apenas os dados relativos ao mês de abril, o total de insolvências cresceu 60,6% face a abril do ano passado. Este substancial aumento deveu-se ao incremento do número de processos de insolvência anteriormente declarados e finalmente encerrados neste período. Em valores absolutos, apenas em abril, foram totalizadas 620 ações de insolvência, mais 386 que no mês homólogo de 2017.
Até abril deste ano, apenas os setores de Telecomunicações e Hotelaria e Restauração apresentaram decréscimos nas insolvências de 50% e 1%, respetivamente. Os aumentos mais acentuados foram registados na Indústria Extrativa (aumento de 125%), Eletricidade, Gás, Água (33,3%), Agricultura, Caça e Pesca (30%), Comércio de Veículos (21,1%), Comércio a Retalho e por Grosso (aumentos de 11,9% e 23,1%, respetivamente) e Construção e Obras Públicas (10,5%).
Lisboa e Porto mantém-se como os distritos com o número de insolvências mais elevado nos primeiros quatro meses do ano, 703 e 536 respetivamente. Face a 2017, estes valores traduzem um aumento de 4,9% em Lisboa e de 16,3% no distrito do Porto.
Nota positiva para seis distritos com redução acentuada nas insolvências no primeiro quadrimestre do ano: Horta (66,7%), Portalegre (23,5%), Viana do Castelo (21,4%), Leiria (14,4%), Madeira (10,8%) e Évora (10,3%). Destaque negativo para cinco distritos com aumentos bastante notórios no mesmo período: Angra do Heroísmo (aumento de 450%), Beja (142,9%), Guarda (128,6%), Vila Real (73,9%) e Santarém (31,9%).
Mais empresas criadas
Por um lado, o número de insolvências, mas, por outro, também foi registado um aumento do número de constituições de empresas. Em abril foram constituídas 3.636 novas empresas, mais 741 que no período homólogo de 2017 (mais 25,6%). O acumulado de 17.009 novas constituições até final de abril traduz um aumento de 13,6% face a 2017 e de 19,3% em relação a 2016.
O número mais significativo de constituições no primeiro quadrimestre deste ano regista-se em Lisboa, com 5.817 novas empresas que representam 34,2% do total nacional. O Porto totaliza 3.006 novas empresas que representam 17,7% do total. Seguem-se os distritos de Braga com 1.245 empresas (7,3% do total), Setúbal com 1.231 empresas (7,2%) e Faro com 1.060 empresas (6,2% do total nacional).
O setor de Outros Serviços lidera o ranking de novas constituições com 8.023 novas empresas constituídas, resultado que traduz um aumento de 18,8% face aos primeiros quatro meses de 2017. Seguem-se Hotelaria e Restauração com 2.017 constituições (aumento de 14%), Construção e Obras Públicas com um total de 1.649 novas constituições (líder de crescimento com um aumento de 23% face a 2017) e Comércio a Retalho com 1.454 novas empresas (crescimento de 1,5%). Apenas dois setores apresentam decréscimos face a 2017: Agricultura, Caça e Pesca (diminuição de 36,4% e perda de 2,3% no peso nacional) e Eletricidade, Gás e Água (diminuição de 4,7%).