As autoridades francesas estavam a par de que Khamzat Azimov estava suscetível de ser radicalizado antes de o jovem nascido na Chechénia se ter lançado, na noite de sábado, num ataque terrorista em Paris, em Gaillon, perto do Museu do Louvre, esfaqueando até à morte uma pessoa e causando ferimentos em outras quatro até ser abatido pela polícia. Azimov, como centenas de outras pessoas que vivem em França, encontrava-se numa das longas listas de observação de possíveis extremistas.
As autoridades afirmaram ontem, todavia, que nada no seu comportamento ou atividade online sugeria que estaria prestes a lançar-se ao ataque. Encontrava-se sob vigilância, aliás, “mais pelas companhias de que se rodeia do que pelo seu próprio comportamento, as suas ações ou as suas opiniões”, avança o jornal “Le Figaro”.
Azimov, que tinha 20 anos e era naturalizado francês, atacou várias pessoas numa das ruas mais movimentadas de Paris, zona de muitos bares e restaurantes, ao final da tarde de sábado, gritando “Allahu Akbar”. O jovem estava vestido de negro e chegou ao local de metro. A polícia reagiu com rapidez e cercou-o na esguia Rue Monsigny, de sentido único. Azimov foi alvejado com um taser, mas mesmo assim manteve a faca erguida e apontada aos polícias, dizendo “vamos, disparem, vou apanhar-vos”. Assim foi. Os agentes balearam-no e Azimov morreu na Monsigny.
“A França está uma vez mais a pagar com o seu próprio sangue, mas não cederá um centímetro aos inimigos da liberdade”, escreveu o presidente francês Emmanuel Macron no Twitter. O ministro francês do Interior, Gérard Collomb, elogiou o sangue-frio dos agentes. “O que me vai na mente dirige-se, em primeiro lugar, às famílias das vítimas deste ato odioso”, escreveu.