Só no ano passado foram realizadas 2541 milhões de operações de pagamento, atingindo 417 mil milhões de euros. Este número revela um crescimento de 8% face ao ano anterior, revelam os dados do Banco de Portugal (BdP). Tal como tem vindo a acontecer em anos anteriores, os meios de pagamento em formato eletrónico continuam a ganhar terreno e, neste domínio, os débitos diretos foram o instrumento que mais cresceu em Portugal, registando um aumento de 12,1% em número e 16% em valor no ano passado.
Segundo o Relatório dos Sistemas de Pagamentos, divulgado pelo Banco de Portugal (BdP), além dos débitos diretos, também as transferências a crédito cresceram, registando uma subida de 8,2% em número e 10,9% em valor.
O crescimento foi ainda observado nas operações realizadas pelo Multibanco, que subiram 8% em quantidade e 8,5% nos montantes processados.
Em sentido contrário está a utilização de instrumentos em papel, que voltou a diminuir. Apesar de ainda terem representado 13,1% dos pagamentos a retalho, as operações com cheques decresceram 11,6% em número e 5,8% em valor.
O número de cheques devolvidos também diminuiu (12,2%), bem como as entidades registadas na listagem de utilizadores de cheque que oferecem risco, que representam 13% (17 263 entidades registadas a 31 de dezembro).
Multibanco mantém preferência
As operações processadas pela rede Multibanco continuam a manter a preferência dos portugueses, correspondendo a 86% do número e 27,6% do montante total de pagamentos de retalho, excluindo o numerário.
Segundo os mesmos dados, dos 2185 milhões de operações efetuadas pelo Multibanco, 49,5% foram compras, 20,1% levantamentos e 19,8% operações de baixo valor. No final do ano passado estavam registados na rede Multibanco 14,6 milhões de cartões de débito (mais 4,1% do que em 2016) e seis milhões de cartões de crédito (mais 0,5%).
online com pouco peso A percentagem de pessoas que realizaram compras através da internet aumentou de 31% para 34%. Apesar do crescimento, as compras online com cartão continuaram a ter um peso pouco expressivo em Portugal, representando apenas 3,9% do número e 5,9% do valor total de compras realizadas em 2017.
Nas compras presenciais, apenas 1,6% do número e 0,6% do valor processados corresponderam a operações realizadas com recurso a tecnologia de leitura por aproximação do cartão de pagamento (tecnologia contactless). “Estes números evidenciam que existe uma margem de progressão significativa na adoção de soluções inovadoras nos pagamentos de retalho”, refere o BdP.
A entidade liderada por Carlos Costa lembra ainda que “estão a ser preparadas alterações relevantes ao mercado de pagamentos em Portugal, com impacto esperado já em 2018, que requerem a adaptação atempada da comunidade bancária”. Está a ser desenvolvida, por exemplo, uma solução que permite a realização de transferências imediatas, que deverá entrar em funcionamento no segundo trimestre deste ano.