"Frustrados e revoltados". É este o espírito da grande maioria dos médicos que trabalham no Serviço Nacional de Saúde, diz um documento aprovado pela Assembleia de Representantes da Ordem dos Médicos, órgão que agrega mais de 100 profissionais de todos os distritos médicos do país.
Reunido na segunda-feira, a Assembleia aprovou um documento a denunciar a falta de recursos humanos, equipamento desgastado e demasiado antigo e falhas do material clínico necessários para desempenharem a atividade profissional. Uma situação, dizem os médicos no documento, que justifica "plenamente todas as formas de protesto e de intervenção construtiva que os médicos entendam levar a cabo" por se tratar de "uma injustiça sem precedentes que está a afetar de forma insidiosa os portugueses e os profissionais de saúde".
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, também lançou um apelo à "união de todos os médicos e a uma participação robusta" numa "onda de contestação positiva", uma contestação, disse o dirigente à Lusa, que "já não é só da Ordem ou dos sindicatos", mas de todos os profissionais de saúde do SNS.
No mesmo documento, a Assembleia responsabilizou o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, "por todos os atrasos e constrangimentos que afetaram" os pacientes no decorrer dos três dias de greve na semana passada.