Carvalho tentou estar à altura do seu tio-avô, o almirante Pinheiro de Azevedo, que teve um papel fundamental na estabilização da democracia parlamentar em Portugal. Carvalho não perde uma oportunidade para dizer de quem em é sobrinho-neto. É uma questão de sobrevivência. Porque já não lhe resta seja o que for.
Carvalho é altamente motivado pelo poder. Só assim se compreende que, segundo o Sol noticia hoje, tenha dado carta branca aos membros extremistas da claque juve leo para agirem como entendessem, “apertando”, isto é, agredindo, os jogadores do clube e a respetiva equipa técnica. Pôs em causa o principal ativo do clube é impensável. Afastou patrocinadores, colocou em causa a bom nome e a legalidade do Sporting com suspeitas de corrupção, e assustou – compreensivelmente – investidores.
De facto, este menino mimado não se sabe meter no seu lugar. Chegou ao ponto de ameaçar colocar uma queixa-crime Eduardo Ferro Rodrigues, segunda figura na hierarquia do Estado português, e sócio do Sporting há 68 anos. E convém também não esquecer que, se não tivesse sido vítima de uma cabala sórdida, Ferro Rodrigues podia muito bem ter sido primeiro-ministro, no lugar de José Sócrates, com vantagens evidentes para todos.
Amanhã, como sportinguista que sou, não deixarei de apoiar o Sporting. No global, e apesar de não termos ganho o campeonato, ficando a dez pontos – são muitos – do Porto, acho que esta época de 2017/2018 não foi totalmente má. Ganhámos a Taça da Liga, empatámos com a Juventus, ganhámos ao Atletico de Madrid – que posteriormente viria a ganhar a liga Europa – e podemos ganhar a Taça de Portugal. Mas Carvalho precisa de sair, e muito rapidamente.
Fingiu ser um presidente à altura de João Rocha. Mas, por mais que fingisse, não conseguiu. E hoje, o principal passivo do Sporting chama-se Bruno de Carvalho. Ele está à espera que uma eventual vitória na Taça de Portugal, amanhã, o salve. Mas não terá sorte. Já nos livrámos de outros presidentes problemáticos, sabemos bem como fazê-lo. Só Bruno de Carvalho ainda não percebeu isso. Enfim, as limitações da criatura são evidentes. E o seu tempo chegou ao fim.