Os advogados de defesa dos 23 arguidos que invadiram a Academia de Alcochete e que ficaram em prisão preventiva estão chocados com a decisão do juiz do Tribunal do Barreiro.
"Estou chocada, indignada. Acreditava que existisse Justiça. Acho que é inacreditável com aquilo que consta no processo, com os indícios que ali estão, colocar todos os arguidos no mesmo saco", disse a advogada Maria João Mata aos jornalistas à porta do tribunal, acrescentando ainda que está chocada por "ouvir um despacho quando os órgãos de comunicação social já sabem qual é a medida de coação".
A advogada defendeu que não parece provável que "23 jovens daquela idade" tenham praticado todos os atos elencados no despacho de promoção, referindo ainda que os pressupostos para serem acusados do crime de terrorismo não foram preenchidos pelos atos dos arguidos. "Acho que não é assim que este país pode evoluir. Ainda acreditava que havia separação de poderes, acredito na justiça e hoje tive a maior desilusão que há muitos anos não tinha. Olhando para o processo e o que ali está, não pode dar este resultado, ser igual para 23 arguidos. É impossível", disse.
Também não faltaram críticas aos meios de comunicação social, com o advogado Nuno Rodrigues Nunes a afirmar que "a forma como vocês [jornalistas] empolaram este assunto, não sei até que ponto não teve consequências". "Estamos aqui a falar da verdade. A verdade não é a vossa verdade. Este caso não tem a gravidade que fizeram parecer ter", criticou.