“Nós devemos a Júlio Pomar a abertura de Portugal ao mundo e a entrada do mundo em Portugal, desde logo durante a ditadura. Não apenas como pintor, desenhador, mas como grande personalidade da cultura. Nesse sentido, ele esteve sempre à frente do seu tempo”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa pouco após a notícia.
Júlio Pomar morreu esta terça-feira no Hospital da Luz, em Lisboa, revelou fonte da família. Tinha 92 anos.
Para o Presidente da República, o artista “marcou boa parte do século XX, marcou a transição para século XXI mantendo-se sempre jovem e sempre aberto a novos fenómenos culturais, a novas ideias, inovador, criativo, profundamente rebelde e irreverente”. Marcelo aponta o exemplo do retrato de Mário Soares “que na altura chocou tantos bem-pensantes”.
“Ele era assim, um homem que percorreu todas as fases, mais figurativo, menos figurativo, mais abstrato, menos abstrato, mas sempre ele e sempre aberto à Europa e ao mundo e sempre um desconstrutor, olhando para a outra realidade das coisas e retratando outra realidade das coisas. A cultura portuguesa fica muitíssimo mais pobre”, lamentou.