O tráfego postal continuou a cair em 2017, registando uma descida de 5,1%, atingindo os 781 milhões de objetos postais. A queda do tráfego acontece desde 2013 e regista uma quebra acumulada de 15,9%, de acordo com o relatório estatístico do 4º trimestre de 2017divulgado pela ANACOM.
Segundo o reguulador das comunicações, "para a redução do tráfego postal tem contribuído sobretudo a substituição da utilização das comunicações postais por comunicações eletrónicas".
Apesar da redução global do tráfego postal, o tráfego internacional de entrada teve um comportamento positivo, ao registar um aumento de 6,5% em 2017. No entanto, este tipo de tráfego representa apenas 5% no tráfego postal total.
Em 2017, as encomendas representaram 5,1% do tráfego total, mais 0,2 pontos percentuais do que em 2016.
Entre 2013 e 2017, as encomendas postais registaram um crescimento acumulado de 28,2%, subindo, em média, 6,4% por ano. Em 2017, o aumento foi de 3,1%, com destaque para o tráfego internacional de entrada de encomendas que aumentou 17,4%, "facto que está relacionado com o desenvolvimento do comércio eletrónico global", explica a ANACOM.
No período em análise, os CTT – Correios de Portugal tinham uma quota de 92,2% do tráfego total, enquanto os outros 68 prestadores presentes no mercado tinham os restantes 7,8% de quota. Desde 2013, os CTT reduziram a sua quota em 2,5 pontos percentuais.
Quanto ao volume de negócios, em 2017, as receitas geradas pelos prestadores legalmente habilitados para a prestação de serviços postais rondaram os 649 milhões de euros, mais 1,7% do que em 2016. As correspondências e as encomendas são responsáveis por 67,3% e 25,8% da receita, respetivamente.
A receita média por objeto (excluindo o tráfego de entrada) subiu 7,1% face a 2016, para 0,83 euros, "consequência do aumento de preços promovido pelos CTT em 4 de abril de 2017, pelo valor máximo permitido, e à evolução das receitas de outro prestador", refere a ANACOM.
No caso das encomendas, a receita média unitária foi de 4,23 euros em 2017, mais 4,7% relativamente a 2016.
Ainda no ano passado, o número de pontos de acesso à rede aumentou 0,9%, sobretudo pelo aumento de 9,2% do número de pontos de acesso de outros prestadores que não os CTT. Os CTT aumentaram os pontos de acesso à rede em 0,2%, aumento que ocorreu em simultâneo com a redução do número de estações dos correios. Releve-se que os CTT cumpriram os critérios de densidade de rede em vigor em 2017.
Em consequência do aumento do número de pontos de acesso à rede, a cobertura postal (14,9 pontos de acesso por 100 quilómetros quadrados) e a densidade postal (749 habitantes por ponto de acesso) melhoraram.