“Estando em causa a defesa do primado da vida humana, entendi que devia fazer uso das duas armas que me restam como cidadão: a minha voz, não ficando calado, e o meu direito de voto na escolha dos deputados nas próximas eleições legislativas”, disse o ex-presidente da República, em declarações à Rádio Renascença.
Cavaco Silva lembrou ainda que nas eleições esta questão não foi abordada e, por isso, os deputados não podem agora aprovar um diploma tão importante, afirmando que este assunto deve ser discutido nas eleições de 2019, deixando a sua posição bem clara: “Nas eleições legislativas de 2019 não votar nos partidos que apoiarem a legalização da eutanásia e procurar explicar àqueles que me são próximos para fazer a mesma coisa”.
A “legalização da eutanásia é a decisão mais grave para a sociedade portuguesa que a Assembleia da República pode tomar”, sublinhou, frisando que “como cidadão, sem responsabilidades políticas, o que posso fazer para manifestar a minha discordância é fazer uso do meu direito ao voto contra aquelas que votarem a favor da eutanásia”.
“Cada português deve pensar bem o que significa uma pessoa, um médico, ser autorizado por lei da Assembleia da República a matar outra pessoa. Se tal acontecer, a nossa sociedade rompe uma barreira e dá um salto no desconhecido muitíssimo perigoso”, realçou.