Festa rija em Vila Franca de Xira e Leiria este domingo, mas feita pelas equipas visitantes: Farense e Mafra eliminaram Vilafranquense e União de Leiria nas meias-finais do Campeonato de Portugal e garantiram assim a subida à II Liga, dois anos depois de terem ambos caído para os escalões não profissionais.
Em Vila Franca de Xira, o Farense entrou em campo com uma vantagem confortável trazida da primeira mão – havia ganho por 3-0 no mítico Estádio S. Luís. A primeira parte foi equilibrada, com ocasiões de perigo para os dois lados, e assim começaria também a segunda, com o avançado nigeriano Irobiso, do Farense, a ver um golo ser-lhe anulado por fora-de-jogo aos 55 minutos.
Aos 69', o golo que sentenciou a eliminatória: André Vieira, que já havia bisado em Faro, desviou para as redes à guarda de Carlos Fernandes (antigo guarda-redes de Boavista e Rio Ave, entre outros) um cruzamento de Nuno Borges e pôs os leões de Faro na frente do encontro. O Vilafranquense ainda conseguiria empatar, de penálti, aos 79', por David Moura, mas a reação ficou-se por aí.
Veja aqui a festa dos adeptos e jogadores do Farense após o apito final:
No fim, as celebrações do conjunto algarvio ficariam manchadas por confrontos dos seus adeptos com a PSP, que interveio para tentar sanar picardias que se começavam a fazer sentir entre os adeptos do Farense e os do Vilafranquense. Assistir-se-iam depois a cenas absolutamente lamentáveis, com adeptos do Vilafranquense a atravessar, numa corrida desenfreada, o campo sintético adjacente ao relvado principal do Campo do Cevadeiro e, quais praticantes de parkour, a saltar os gradeamentos de mais de dois metros de altura para tentar agredir os seguidores algarvios que já se encontravam fora do estádio.
Uma nota para a tremenda falta de profissionalismo de alguns responsáveis do Vilafranquense. É verdade que o emblema de Vila Franca de Xira é um clube amador, com poucos meios e que ainda há dois anos competia nos campeonatos distritais, mas tal não justifica que dirigentes e responsáveis pela comunicação do clube, na tribuna de imprensa onde os jornalistas de rádio, televisão ou imprensa escrita estão a fazer o seu trabalho, passem o jogo inteiro a gritar obscenidades para com a equipa de arbitragem e os jogadores da equipa visitante. Não se vê disto nem nas distritais.
Em Leiria, era como um começar do zero, depois do nulo verificado em Mafra na primeira mão. A equipa da casa, com historial – e investimento – muito superior, era a clara favorita e adiantou-se na eliminatória aos 52', com João Vieira a faturar na recarga de uma grande penalidade cobrada pelo próprio e defendida pelo guardião João Godinho.
Tudo parecia encaminhar-se para o regresso da União de Leiria aos campeonatos profissionais, seis anos depois da queda da I Liga diretamente para a II Divisão, mas um golo bastava ao Mafra para virar a sorte da eliminatória. E assim aconteceu: aos 73', na sequência de um canto, o lateral-direito Hugo Ventosa surgiu solto de marcação na área leiriense e atirou a contar – beneficiando ainda de um desvio num defesa contrário. O resultado não mais se alterou e o 1-1 final valeu ao conjunto do distrito de Lisboa.
No fim, uma história bem mais saborosa para contar, em relação ao que aconteceu em Vila Franca de Xira: Leandro Borges, avançado brasileiro do Mafra, aproveitou a festa no Estádio Municipal de Leiria para… pedir a namorada em casamento, em direto na Sport TV. Pedido aceite, claro está, e ainda mais motivos de festa para a comitiva mafrense.
Farense e Mafra irão agora disputar o título de campeão na final do Campeonato de Portugal, que irá decorrer no próximo dia 10 de junho, no Estádio Nacional (Jamor).