“Gostava de ver o património da família Salgado confiscado pelo Estado português”

Numa entrevista explosiva ao i, Paulo Morais, presidente da Frente Cívica, diz que o dinheiro do antigo presidente do BES podia ser usado no combate a corrupção

“Quando vemos que hoje o dr. Ricardo Salgado ao fim deste tempo todo continua a manter o seu património intacto, isso também é gozar com as pessoas”, comenta o ex-candidato à Presidência da República. “Quero que quando as pessoas forem condenadas cumpram efetivamente as penas e devolvam à sociedade os ativos que retiraram. É porque temos um gabinete de recuperação de ativos, temos uma lei de recuperação de ativos, mas não temos ativos recuperados com dimensão”.

E continua: “Gostava de ver uma parte substancial ou a totalidade do património da família Salgado arrestado e confiscado pelo Estado português e que depois 10% ou 15% fosse consignado ao combate à corrupção, à PJ e ao MP, tal como acontece no Brasil. Tanto quanto sei Armando Vara no Processo Face Oculta não devolveu nem um tostão daquilo que deveria ter devolvido e em todos os casos isso acontece. Quanto é que a sociedade portuguesa recuperou no caso BPN dos sete mil milhões? Não chegou a um milhão de euros. Era necessário conseguir esse dinheiro para ajudar o Orçamento de Estado e melhorar o combate à corrupção”.

Morais, que de momento tem em mãos a recolha de assinaturas para levar ao parlamento um projeto de lei que prevê uma poupança de 11 mil milhões de euros para o Estado Português, declara ainda que “os portugueses podiam viver magnificamente se não existisse corrupção”. A corrupção é, aliás, o seu grande cavalo de batalha. E dispara em várias direções. “Rio não vai incomodar a corrupção em Portugal. Já está capturado por essa rede de interesses”

 

Leia a entrevista completa na edição de papel do i desta segunda-feira