Stephen Bevan, do Instituto de Estudos de Emprego e conselheiro de alguns departamentos do Governo britânico, defendeu, no Congresso Europeu sobre a Obesidade, que decorreu de 23 a 26 de maio em Viena, que a obesidade devia ser tratada como qualquer outro problema de saúde nos locais de trabalho, de forma a ser possível beneficiar a saúde mental das pessoas que se encontram nestas condições.
O especialista considera que a obesidade devia tornar-se numa "característica protegida" de maneira a que ninguém possa ser discriminado por ter excesso de peso. "É preciso compreender que alguém possa precisar de entrar só às 10 da manhã porque tem problemas ou ansiedade em relação aos transportes públicos", começa por explicar Bevan, referindo ainda que "os empregadores não dão importância suficiente à obesidade e ao excesso de peso".
O especialista diz que pessoas que sofrem de obesidade e que têm, consequentemente, ataques de ansiedade durante horas de ponta por terem de enfrentar a confusão dos transportes públicos, deviam poder entrar mais tarde no emprego.
"Existe uma crença generalizada entre os médicos, os empregadores e a sociedade de que a obesidade é auto-infligida e é uma escolha de estilo de vida. Não acreditam que fazer ajustes para pessoas com obesidade seja tão importante ou merecido como para alguém que considerem ter uma deficiência 'a sério'.", considera o especialista.
Contudo, as opiniões acerca deste tema dividem-se, uma vez que vários cientistas acreditam que tomar medidas especiais para pessoas nestas condições pode mesmo promover a obesidade.