Isabel Galriça Neto considerou o tema "complexo e motivo" e reiterou a posição contra que o CDS já anunciado. "Em matéria de homicídio a pedido, o CDS tem uma posição clara: somos contra a eutanásia", garantiu.
Para a deputada centrista, "não há vidas que valham a pena ser vividas e outras não", disse ainda recusando a "dignidade" da eutanásia uma vez que defende ser "desumano considerar que, para se acabar com esse sofrimento se tem que eliminar aquele que sofre". "os bons fins nunca justificaram maus meios", rematou.
Para o CDS, "a pretensa liberdade de escolha não pode ser liberdade de causar danos a terceiros, nomeadamente ao mais vulneráveis, quando as leis são más e não têm limites que assegurem a proteção de todos". Isabel Galriça Neto argumentou que não "se trata de uma liberdade individual" exatamente porque "estarão envolvidos terceiros que são verdadeiramente que vai decidir sobre um qualquer pedido e quem executa a morte".
"Porquê votar más leis, com tantos riscos e dúvidas, e ainda por cima sem mandato dos eleitores, que estão de certa forma a ser atraiçoados", questionou a deputada
Moisés Ferreira, criticou o argumento de que os partidos não incluem nos seus programas eleitorais a referência à questão da eutanásia, referindo que tal tema está incluído. "Falou de uma fábula qualquer", criticou ainda o deputado por a intervenção de Isabel Galriça Neto não se ter referido aos projetos concretos em discussão. "Não foi por desconhecimento, foi por opção", acrescentou dizendo que o CDS "tem o discurso do medo". "A dignidade não ficará refém da vossa intolerância", rematou o deputado bloquista. Moisés Ferreira defendeu que para além do direito aos cuidados paliativo, os doentes devem também ter o direito a decidir o fim da sua vida.
António Sales, do PS que é também médico, foi buscar o juramento de Hipócrates – o juramento que os médicos fazem antes de começarem o exercício de profissão. "A saúde e o bem estar do meu doente serão as minhas principais preocupações", leu o deputado acrescentando que "respeitarei a dignidade do meu doente". Com base nisso, o deputado defendeu que "despenalizar uma determinada prática não é obrigar quem quer que seja a essa prática".
"Estamos a falar de um problema grave que é o sofrimento em fim de vida", respondeu a deputada centrista acusando o PS e o Bloco de Esquerda de estarem a "impor ao SNS que organizem meios" para executar a eutanásia. "vão impor uma cultura que começa a desvalorizar aqueles que são mais vulneráveis", criticou ainda Isabel Galriça Neto questionando se, com os seus projetos, "têm a certeza que aqueles que são mais vulneráveis", como as pessoas com deficiência física ou mental ou com doença crónica, "não ficarão maior alvo de pressões".
{relacionados}