“Não antevejo grandes mudanças no quadro fiscal do país nos próximos anos”, disse António Costa, num almoço/conferência promovido pela Associação de Amizade Portugal-EUA, em Lisboa.
Segundo o chefe do executivo, a prioridade do país é reduzir a sua dívida, “o que implica a necessidade de se manter níveis de saldos primários relativamente elevados” o que por sua vez obriga a que não se possa aumentar a despesa tanto como desejaríamos, assim como implica não baixar a carga fiscal tanto quanto desejaríamos”.
Para António Costa. “temos de nos manter neste equilíbrio até existir um nível de dívida sustentável que nos alivie de riscos relativamente a imponderáveis no cenário internacional, designadamente na sequência de eventuais guerras comerciais”.
Em 2017, ano em que a carga fiscal atingiou o recorde de 34,7% do Produto Interno Bruto (PIB), o Estado arrecadou quase 67 mil milhões de euros em impostos. mais 3,4 mil milhões de euro do que em 2016. “A variação positiva da receita foi determinada pelo crescimento de todas as componentes da carga fiscal. A receita com os impostos diretos aumentou 3,3%, tendo os impostos indiretos e as contribuições sociais subido 6,1% e 6,0%”, revelou o INE a meio do mês.
No mesmo almoço, António Costa rejeitou a tese de que a a atual solução de governo tenha sido um fator negativo para o investimento privado. “A oposição começou por criticar o Governo antecipando que só haveria investimento público e não privado. Agora, a oposição diz que o investimento público deveria ser bem maior do que o privado”, afirmou.