Fruta da época é uma mais-valia

O Instituto Nacional de Estatística revela que os portugueses consomem mais fruta

Espremida, aos pedaços, em batidos, nos bolos ou inteira, a fruta é um dos alimentos mais comuns a nível mundial. O seu consumo é um dos hábitos mais saudáveis que acompanham as pessoas que procuram uma alimentação equilibrada. Ainda assim, alguns dados sugerem que os portugueses ainda não estão a comer tanta fruta como deviam.

No ano passado, o Instituto Nacional de Estatística revelou uma análise sobre a alimentação dos portugueses com base no período entre 2012 e 2016. Apesar de ter aumentado a ingestão de frutos frescos, os hábitos nacionais ainda estão relativamente distantes das doses recomendadas na roda dos alimentos. Maçã e laranja são os frutos mais consumidos em Portugal. Neste período, revelou ainda o INE, a produção nacional de frutos cobriu em média 73,1% das quantidades disponíveis.

Como escolher a fruta certa? Além de haver algumas componentes que parecem prevenir diferentes problemas de saúde, há um conselho de base. Aida Martín sublinha que a fruta deve ser consumida todo o ano e uma regra simples pode ser optar por seguir o calendário da natureza. “A fruta da época é sempre o melhor conselho que posso dar.” Numa altura em que os supermercados começam a ser invadidos por ameixas e cerejas, está bem de ver que estas são frutas de verão, junto com a melancia, meloa e melão. Por exemplo, há laranjas quase todo o ano, menos em agosto e setembro. Tabelas não faltam e ter esta preocupação na hora de ir às compras não tem só vantagens em termos nutricionais, explica a especialista: reduz o impacto ambiental e social de produções massivas. Aida Martín dá o exemplo da procura crescente de abacate que, em países como o Chile, tem agravado a situação de seca, dado que o cultivo exige bastante água. São necessários perto de 2 mil litros de água para cultivar um quilo de abacate. A título comparativo, um quilo de maçã representa um gasto de 822 litros de água.

As peças de fruta devem ser ingeridas ao longo do dia, mas de forma moderada. Nunca mais do que três a quatro peças de fruta por dia, afirma Aida Martín, defendendo que os sumos devem ser evitados. Porquê? Ao consumir sumos naturais ingere-se de uma só vez a quantidade necessária de fruta que uma pessoa adulta deve comer diariamente. Isto sem contar com a perda de nutrientes que ocorre quando se espreme um fruto, o que, para a nutricionista, não compensa, uma vez que se acaba a consumir mais açúcar do que fibra.

No que diz respeito à moda de comprar biológico, Aida Martín relembra que não existe uma grande diferença nutricional entre os produtos à venda. O preço acaba por ser o principal fator de distinção, ainda que, à partida, a fruta de produção biológica tenha menos químicos, que podem trazer malefícios a longo prazo.

Texto editado por Marta F. Reis

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