PSOE declina eleições antecipadas

O principal conselheiro do novo presidente do governo espanhol defende que eleições antecipadas não resolveriam os problemas de Espanha, rejeitando os pedidos de convocatória rápida, numa altura em que o o governo minoritário se prepara para a votação do Orçamento do Estado (OE), a braços com a crise catalã, quando precisa dos votos dos independentistas…

Pedro Sánchez, cujo PSOE tem apenas 84 dos 350 lugares do parlamento, tomou posse no sábado, depois de na sexta-feira o governo de Mariano Rajoy ter chegado ao fim após uma moção de censura apresentada pelo próprio Sánchez.

“É evidentemente incomum governar com 84 deputados, mas a situação política continua muito fragmentada e tudo aponta para que um novo escrutínio não a resolva”, disse José Luis Abalos, muitas vezes descrito como o braço direito de Sánchez, à rádio COPE.

A atual legislatura acaba a meio de 2020, mas a falta de uma maioria, bem como uma série de acontecimentos políticos complicados – crise catalã, OE para 2018 ainda por aprovar (os nacionalistas bascos votaram favoravelmente a moção de censura em troca de a verba para o País Basco não sofrer qualquer corte – deixam na dúvida quanto tempo irá durar este executivo.

Os nacionalistas catalães apoiaram a moção de censura, mas Abalos disse à COPE que não houve negociações diretas entre os partidos. No sábado afirmaram querer dialogar com Sánchez, mas que vão continuar a luta pela independência. Sánchez também fala em diálogo, mas rejeita qualquer hipótese de convocar novo referendo sobre a independência da Catalunha.

Além do Unidos Podemos, o seu principal aliado, Sánchez tem o seu governo dependente de uma maioria composta por vários partidos regionais, alguns deles independentistas, uma frágil coligação de apoios que, mesmo assim, Sánchez quer fazer valer para evitar as urnas, onde o Ciudadanos, a julgar pelas sondagens, poderia ganhar as eleições, numa transferência direta de parte do eleitorado do PP.