Os Santos Populares já arrancaram e com eles veio também uma polémica: as marchas de Santa Engrácia, Benfica e Alto do Pina dizem-se prejudicadas em relação às restantes. Em causa está o tempo que tiveram para preparar-se para a competição.
"Fomos muito prejudicados, porque muitos marchantes começaram a ir para as marchas em redor. Estamos numa zona onde há muitas marchas, só a nossa freguesia tem três marchas. Os marchantes dispersaram muito", disse Pedro Duarte, da marcha de Santa Engrácia, à agência Lusa.
Isto aconteceu porque estas três marchas só souberam que iam participar no concurso em março: a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC) revelou a 2 de março que o concurso deste ano iria ser alargado, passando de 20 a 23 marchas.
"Esta decisão surge na sequência das questões suscitadas pela aplicação do novo regulamento e dos contributos recebidos por parte de diversas coletividades, bem como da recomendação da Comissão Permanente de Cultura da Assembleia Municipal", revelou a EGEAC.
A maioiria das marchas começa a preparar-se em novembro do ano anterior, o que fez com que estas três marchas, adicionadas ao concurso mais tarde, tenham sentido dificuldades acrescidas em criar algo que pudesse competir com as restantes.
"Não é fácil encontrar 50 pessoas, não é fácil gerir o horário de vida dessas pessoas, porque, de facto, nessa altura muitos dos marchantes que normalmente marcham em Benfica já estavam noutras marchas", pois "não havia expectativa nenhuma de Benfica sair à rua", disse João Simões, coordenador da marcha de Benfica.
"Prejudicados sentimo-nos um bocadinho. Tivemos muito menos tempo para nos preparar, uma vez que a decisão foi em março, e as outras marchas desde novembro que sabiam que iam participar", disse à Lusa Hugo Miguel Barros, ensaiador da marcha do Alto do Pina.
Recorde-se que o desfile na Avenida da Liberdade decorre na noite de Santo António, 12 de junho, às 21h00.