A noticia foi avançada esta tarde pela TVI, que citava fonte do grupo espanhol, depois de na véspera “El Confidencial” ter noticiado que a Prisa planeia manter a operação em Portugal na sequência de um aumento de capital e de uma reestruturação da dívida. Mas de acordo com o jornal espanhol, o cenário de eventual venda continua válido.
“A recusa por parte da Altice em acrescentar mais remédios à Autoridade da Concorrência foi um dos pontos-chave que levou o maior acionista da TVI a abdicar da venda do seu ativo em Portugal”, segundo a notícia de ontem pela TVI.O grupo espanhol disse ainda ao canal português que estão a ser consideradas outras alternativas a esta operação que mantenham o crescimento do grupo.
No sábado, o “El Confidencial” tinha noticiado depois da decisão da AdC de não aceitar os compromissos da Altice e da decisão do operador de não apresentar alternativas, o negócio estava comprometido. O prazo para a sua conclusão terminou à meia noite de sexta-feira, dia 15, e não será prolongado, revelava a notícia, segundo a qual a Prisa rompeu o acordo.
No dia 14 de julho de 2017 a Prisa tinha anunciado em Madrid, em simultâneo com a Altice em Lisboa, a venda da Media Capital, dona da TVI, por 440 milhões de euros a este operador de telecomunicações. A concretização do negócio estava dependente da obtenção das autorizações legais por parte do regulador.
Mas no final de maio, a AdC, o regulador, anunciou a rejeição dos compromissos apresentados pela Altice para a compra por entender que “não protegem os interesses dos consumidores, nem garantem a concorrência no mercado”.
A reação da Altice Portugal à posição do regulador foi de discordância e afirmou estar sem disponibilidade “para apresentar quaisquer outros” compromissos para a aquisição.
Agora, quase um ano depois de ter sido anunciado o negócio, a TVI deu conta da intenção do grupo espanhol de deixar cair a venda sem esperar pela decisão do regulador.
A AdC que tem o negócio sob investigação aprofundada e só deverá comunicar um projeto de decisão definitiva no próximo dia 21. A expetativa é que sem a AdC argumente que sem novos compromissos da Altice, a compra da Media Capital põe em causa a concorrência e os direitos dos consumidores.